segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Com a Palavra: Cadu Amaral, Diretor da UNE

Entrevista concedida pelo nosso ilustre anfitrião, onde o mesmo fala sobre sua recente eleição para compor a diretoria da União Nacional dos Estudantes - UNE, e sobre os rumos do Movimento Estudantil em Alagoas.




Eduardo Bahia: Quais os principais projetos da UNE nessa gestão?

Cadu: Na última gestão, a UNE passou por um processo de democratização interna de seus fóruns. Mudou a forma da eleição dos delegados ao congresso, criou os conselhos editorial e fiscal e disponibilizou a prestação de contas da entidade, sempre atualizada em nosso site na Internet. Além de retomarmos nosso terreno na praia do Flamengo, 132 no Rio de Janeiro, lá ficava a sede que fora destruída pelos militares. Agora é a hora de levarmos a entidade pra dentro das faculdades. A UNE precisa estar cada vez mais na sala de aula, junto dos estudantes, os ajudando a enfrentar os problemas da educação brasileira.

Pra isso, temos que levar o debate do Programa de Reestruturação das Universidades Brasileiras – REUNI, a regulamentação do ensino pago e também pautar a reforma política para o conjunto dos estudantes e em parceria com os C.A’s e D.A’s de cada instituição de ensino superior do país. Sem uma reforma política que aumente a participação popular, que crie o orçamento participativo nacional, o fortalecimento dos partidos políticos, através da fidelidade partidária, e que faça com que eles passem a debater seus programas com a sociedade, não podemos falar em avanços mais profundos para o povo brasileiro.

E.B: Em sua opinião, quais seriam os principais desafios da UNE em Alagoas?

Cadu: Organizar o M.E no estado não só nas públicas (UFAL, UNEAL e UNCISAL), mas também nas particulares, onde muitas vezes, as direções não permitem que os estudantes se organizem, chegando em alguns casos, a ameaçá-los de expulsão. Além disso, iremos participar das lutas que estão sendo travadas pelos estudantes alagoanos pelo passe livre estudantil em Maceió e a meia passagem intermunicipal, entre outras.

E.B: Como representante da UNE em nosso Estado, de que forma você pretende atuar para aproximar a entidade dos estudantes?

Cadu: Estar presente nas faculdades, nas ruas em passeatas, atos públicos, sempre ouvindo que os estudantes têm a dizer, criando um canal livre dos estudantes com a entidade, sem receita mirabolante. Se conseguirmos fazer isso, acho que diminuiremos bastante o distanciamento da UNE com os estudantes em Alagoas.

E.B: Qual o recado que você daria aqueles que pensam em participar do M.E?

Cadu: Que venham pra dentro! Sem receios ou timidez. Às vezes, a gente que faz M.E., pensa que a maioria dos estudantes não sabem de nada, estão alienados em relação ao que se passa ao nosso redor. Que só nós que fazemos militância temos capacidade de propor e buscar soluções para os problemas que nos cercam. É uma pena que muito militante do movimento estudantil pense assim. Eu penso que a realidade ideal do M.E seria que pelo menos a metade dos estudantes participasse de alguma forma do movimento, ajudando a construir a história do nosso país.

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