terça-feira, 25 de setembro de 2007

Circo e amor no julgamento de Coracy


Rolou ontem o julgamento do Procurador-geral do estado Coracy Fonseca. Sessão aberta como reivindicaram os movimentos sociais no dia 13 de setembro. O resultado foi o que esperavam as representações da sociedade. Coracy continua como chefe do MP em Alagoas.

Dos 16 procuradores de Justiça que compõem o Conselho, oito votaram favoráveis pela destituição, seis votaram contra, um faltou (Luiz Carnaúba) e um se absteve (Luciano Chagas). Como eram necessários dois terços dos votos, o processo de destituição foi encerrado, mesmo existindo um “racha” dentro do Colégio de Procuradores. Contra a destituição de Coaracy votaram os procuradores de Justiça Fábio Cabral, Dilmar Camerino, Lean Araújo, Vicente Félix, Geraldo Magela e Artran Monte.

Pela destituição votaram os procuradores Antonio Arecippo (autor da ação contra Coaracy), Eduardo Malheiros, Francisco Sarmento, Arnoldo Chagas, Antiógenes Lira, Sérgio Jucá, Denis Calheiros e Walber Valente. Coaracy Fonseca – que está em seu segundo mandato como procurador-geral de Justiça - iniciou sua defesa classificando as acusações como pueris, frívolas, inaptas a um pedido de destituição.

Ele era acusado de não prestar informações ao Colégio de Procuradores de Justiça, não encaminhar ao Colégio o orçamento do Ministério Público para apreciação dos integrantes do Colégio e de ter indicado a promotora de Justiça Karla Padilha para representar o MP no Conselho Estadual de Segurança Pública sem consultar os demais membros do órgão superior.

O que se viu ontem no auditório do MP, foi, por parte de alguns procuradores, um circo. Com discursos totalmente sem argumentos e fazendo alardes com coisas mínimas, ficou claro que o motivo daquela sessão era de ordem política. Pra se ter uma ideia, um dos grandes motivos para tal evento era o "amor" pelo MP. Amor não tem, nem deve ter nada haver com isso. Todos os procuradores devem ser o mais racionais possível.

Sérgio Jucá foi o pior deles. Falou quase duas horas e não disse absolutamente nada! Sem falar nas provocações aos movimentos sociais presentes à sessão. Um cego notaria que ele defendia a cassação de Coracy por motivos de ordem pessoal. Nem as regras jurídicas ele dominava em seu discurso. E ainda ensina em faculdades, pode?!

Teve procurador que comparou os movimentos sociais aos terroristas de 11 de setembro nos E.U.A. Ora, o MP não é a casa do povo, como todos eles apregoavam?

Um momento que causou bastante constrangimento aos procuradores foi quando Coracy revelou os números da produtividade de seus colegas. Segundo dados oficias da casa, isso confirmado pela secretaria geral do MP, enquanto Coracy em 09 meses havia despachado 2000 processos tinha colegas seus que apenas 22.

O povo de Alagoas, apesar de muitos não terem noção disso, tiveram uma importante vitoria ontem. Mas é preciso estar alerta. Pode ser que de repente esses procuradores que gostam de "trabalhar", que amam o MP, tentem aprontar outra.

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