quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eleição pra Reitoria: Chega de partidofobia na UFAL


Escrevi recentemente sobre as eleições para reitoria na UFAL (veja aqui), de como elas seriam acaloradas e algumas questões que se ainda estivesse por lá me fariam dar meu voto em umas das chapas concorrentes. Mas algo que sempre me incomodou enquanto estive lá e quem, nem bem a campanha começou e já se iniciou ataques aos partidos.

Os partidos políticos fazem parte da vida brasileira. Há muito tempo, inclusive e em todas as esferas. Negar os partidos é negar nossa própria construção enquanto sociedade, é negar boa parte da trajetória de lutas democráticas do povo brasileiro.

Mas na UFAL, infelizmente, sempre que se tem alguma disputa, seja estudantil, entre os técnicos ou professores vem a ladainha de “É de partido A, é de partido B”. O debate sobre os problemas do universo em questão, neste caso a UFAL, ficam em segundo plano.

Quem tenta usar os partidos para desqualificar seus adversários, desqualifica, na verdade parte de nossa História. Outro detalhe importante é que filiação partidária é questão de foro íntimo.

Digo mais: quem se filia a partido merece até, em muitos casos, mais respeito de quem não se filia. A filiação é assumir uma posição política, com seus ônus e bônus. Muita gente nega os partidos, mas todas as suas defesas são ipsis literes iguais a de algum. Até defesa de que partido A é melhor que B são feitas.

Mas porque não se filia? Porque não gosto de partidos, diz o elegante oportunista.


Quero deixar claro que não estou afirmando que quem não tem filiação partidária é oportunista. Afirmo que quem usa partidos para desqualificar adversários nas disputas internas da UFAL o é.

A partidofobia é uma doença do final do século XX. A cultura neoliberal individualista que entranhou-se, enraizou-se em muito de nós tem como inimigo central os coletivos, em especial os partidos.

“Partido só para disputa de eleição”; “Todos os partidos são iguais. Nenhum presta...” Essas expressões são as mais comuns entre os neoliberais, muitas vezes, envergonhados de sua condição.

Nesta eleição para reitoria da UFAL, todas as candidaturas tem apoio de militantes partidários. Eurico tem apoio de militantes do PCdoB (UJS) e de setores do PT; Paulo Vanderlei tem apoio do PCR (Partido Comunista Revolucionário), na UFAL conhecida como Correnteza; Valeria Correia tem apoio do PSTU, PSOL e setores do PT. A quem diga, setores da direita apoiam algumas das candidaturas (os partidos citados são os que explicitaram seus apoios).

Que mal há nisso?

Nenhum!!!

O único mal que há na participação de militantes partidários em processos  políticos na UFAL e a partidofobia. Um mal a ser combatido