quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PT em Alagoas: Sobre dinossauros e diarreias


Recentemente o PT em Alagoas tem estado nos noticiários em virtude de filiações polêmicas para a disputa eleitoral de 2012. Filhos de tubarões da política local a mando de outros tubarões estariam querendo se filiar ao PT e isso tem o apoio do presidente estadual do partido, Joaquim Brito.

Brito chegou a afirmar que apenas os dinossauros não queriam as filiações por não terem votos. Algo do tipo não elege, nem deixa ninguém se eleger.

Sobre uma matéria recém vinculada na revista IstoÉ de que Collor e Renan estariam disputando o comando do PT em Alagoas, Brito disse se tratar de uma diarreia mental.

Não afirmo que seja, mas nesse quadro é comum que pensem que é isto que se passa.

Bom, quero dizer que sou filiado ao PT. Membro da executiva municipal de Maceió e contra as filiações defendidas por Brito.

Contra porque o PT se construiu na luta por direitos e organização de trabalhadores e trabalhadores em todo o Brasil. É sim, ao contrário do que parte da mídia podre deste país afirma, um partido militante.


É raro um ou uma petista que não participa da organização de alguma área. Estudantil, sindical, mulheres, combate ao racismo, movimento LGBT, cultura, assossiação de moradores e na política institucional propriamente dita.

Assim se construiu e se constrói o PT. Com erros e acertos vamos trilhando nossa caminhada.

É muito comum no sistema político brasileiro esse tipo de filiação casuística. Apenas para disputar as eleições. Mas para um partido como o PT isso tem um limite.

Acabamos de sair de um congresso onde aprovamos que não se podem ter mais de três mandatos consecutivos. Temos como uma de nossas bandeiras o fortalecimento dos partidos políticos. Do ponto de vista ideológico, programático.

Será que estas filiações fortalecem o PT em Alagoas?

Construir um quadro político na esquerda demora. Demora porque nosso método é diferente. Temos em Lula o melhor exemplo.

O PT não pode atuar pra ter mandato a qualquer custo. Senão não seremos diferentes de nenhum outro partido.

Atuamos nas contradições do sistema capitalista e suas regras “democráticas”. O que nos faz fortes é sermos diferentes.

É claro que erramos, não somos infalíveis. Mas não podemos nos dar o abraço de urso.

Uma coisa é composição ampla. Atuar na institucionalidade com setores conservadores. Até porque esse sistema não é nosso, e sozinhos dificilmente conseguiríamos interferir na realidade concreta. Melhorar a vida das pessoas.

Em 2012 temos a chance de retomar nossas vagas na Câmara Municipal. Ainda mais com o aumento do número de vereadores em Maceió. O que, pra mim é correto, pois o número de habitantes de nossa cidade cresceu e o parlamento segue o critério da proporcionalidade.

Não precisamos de “cavalos de troia”, não mesmo.

Afirmar que quem não quer tais filiações são dinossauros...

Bom, não as quero. Sou contra estas filiações e não sou dinossauro. Tento sempre me renovar politicamente. Não atuar de forma tradicional. Este tipo de política com estas filiações é que é coisa velha, arcaica.

Isso é que é coisa de dinossauro.

E se isso vale, então não tem mais luta de classes, nem perspectiva socialista. Será que vale o que disse o Fukuyama?

No início dos anos 90 com o fim da URSS de que a História acabou?

Essa tese sim é diarreia mental.

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