segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vasco da Gama, teu nome é dignidade


Mais uma temporada do futebol brasileiro acaba. E que temporada! Ela foi sensacional... Pelo menos para vascaínos e corinthianos.

O time paulista sagrou-se campeão brasileiro, só isso já faz com que qualquer temporada seja sensacional. E sim, teve “mão amiga” inúmeras vezes durante o campeonato, e não, não precisava em nenhum momento disso. Tem, teve time pra ser campeão. Quando afirmo a “mão amiga”, não afirmo que o Corinthians não teve time pra ser o campeão, mas que todo ano a CBF escolhe “o seu time” da temporada. Às vezes por mais de uma e nem sempre esse time vence os campeonatos e nem sempre (ao contrário de agora) são bons times.

Sei que torcedores/as do Corinthians vão ficar indignados com este parágrafo, mas entendam como quiserem. Sou responsável pelo falo e escrevo, não pelo o que as pessoas entendem.

E ao vascaínos e vascaínas foi o ano da redenção. O Vasco foi rebaixado à segunda divisão do campeonato brasileiro em 2008. Início da Era Dinamite à frete do Clube de Regatas Vasco da Gama. Dinamite assumiu a presidência do Vasco no final daquela temporada.

Em outros tempos, fatalmente, a diretoria vascaína com o comando do ex-presidente Eurico Miranda, iria tentar o tapetão, como outros grandes clubes que já foram rebaixados fizeram.

Mas o Vasco da Era Dinamite, não.


Nesse Vasco há dignidade. O Vasco disputou a série B do brasileiro, foi campeão, voltou à série A e reestruturou-se como nunca se viu.

A reestruturação se deu na parte física do clube com vestiários, museu em São Januário, na relação com sua torcida em todo o Brasil e principalmente com a camisa da Cruz de Malta.

2011 foi o ano em que o Vasco voltou a ser o Vasco dos grandes tempos.

Um time que não desiste nunca. Luta até o fim, sempre.

Depois de um início de temporada onde parecia que 2008 ia voltar, a diretoria acerta em contratar Ricardo Gomes como novo técnico. O Vasco mudou da água pro vinho.

Saiu de time sem vontade, sem disposição para um time com fome. Fome de bola, de títulos. Tanto foi assim que o Vasco disputou tudo o que vinha pela frente, com o melhor que tinha disponível.

O Vasco conquistou um título inédito: campeão da Copa do Brasil.

E o que fez o Vasco depois disso?

Continuou disputando os dois campeonatos que restaram. O Brasileiro e a Copa Sulamericana.

Ao contrário dos outros times brasileiros sem alma (à exceção é o Cruzeiro de 2003), que simplesmente não perdem, no Vasco valeu a máxima quem tem medo de perder não tem vontade de ganhar.

E o time da Cruz de Malta foi à luta. Empolgando e apaixonando ainda mais sua torcida, de norte a sul do Brasil.

O Vasco da Era Dinamite mostra ao povo que é possível jogar sem o pragmatismo tão exigido num ambiente cada vez mais empresa. Não do ponto de vista de organização dos clubes, mas da lógica perversa dos resultados/lucros.

O Vasco da Gama em 2011 mostrou que ainda cabe alma no futebol brasileiro.

À torcida do Vasco, mesmo com um gostinho de frustração por não vencer o campeonato brasileiro nem a Sulamericana, cabe muito mais o gosto doce do orgulho de ser vascaíno/a. do orgulho de saber que seu time luta até o fim e que tem uma alma e uma fome pro vitórias que condizem com a grandeza e com a História do Vasco.

O Vasco da Era Dinamite não abre mão de sua História. O Vasco foi o time digno de 2011.

Se pudéssemos dar outro nome ao Vasco esse nome seria Dignidade.

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