quarta-feira, 28 de março de 2012

CQC, Alagoas e os indignados de ocasião


Depois da exposição nada positiva de parlamentares alagoanos (sem novidades, nisso) em rede nacional no programa CQC da Band, eis que surgem os indignados de ocasião. Esses, quando surge algo mostrando corrupção ou algo de não seja de muito bom grado das nossas regras de convivência logo começam a, na internet, publicar chamadas contra os acontecimentos.

A bola da vez é a matéria do CQC. Nada contra que as pessoas se indignem, ao contrário. Este sentimento é importantíssimo para conquistarmos as mudanças desejadas. Mas na boa, véi – parafraseando um meme do Facebook – não dá pra compartilhar fotos e atualizar status com palavras de indignação se na hora de votar você vai e reelege aquilo que passou na TV. Por vezes mudam-se apenas os nomes, mas os perfis continuam os mesmos.

Quando estourou a Operação Taturana, poucas foram as pessoas que se indignaram em ir às ruas sem ter relação com algum sindicato ou movimento social. Escrever, falar para uma tela de computador é mole. Passar a imagem de que não coaduna com o mal feito é fácil.

Difícil é romper com velhos hábitos. Hábitos por vezes familiares. Ninguém é obrigado a ter a mesma posição políticas dos pais, por exemplo. Mas é mais fácil segui-la. Pra quê brigar, não é mesmo? Ou então um pai de um amigo é deputado, aí você vota nele só por causa do seu amigo.


Que beleza de voto! (ironia mode on)

Muitas das vezes esses indignados são contra manifestações de rua, só porque parou o trânsito e a “realeza” não pode esperar. “Vossa Alteza” só não se lembra que a ditadura caiu graças a centenas de engarrafamentos provocados por manifestantes em várias cidades brasileiras. É o povo na rua que faz a História.

Existem várias formas também de “estar na rua” ajudando a melhorar seu cotidiano. Pode ser numa conversa num ônibus sobre qualquer tema ou na sua faculdade ou escola; até mesmo nas redes sociais na internet, desde que não fique apenas nisso.

Não teremos outro perfil de nossa Assembleia Legislativa se não mudarmos as relações de poder em Alagoas. Ponto!

Não adianta trocar os “Teté’s” pelo “Fefy’s” ou os “Toinhos Malvadezas por Cicinhos Mão de Chumbo”. É o perfil de quem está lá que tem que mudar. E não somente do poder legislativo, não. Dos outros dois também.

Quanto a matéria em si do CQC, ela não teve nada demais. Sequer falou, por exemplo, que o desvio dos R$ 300 da taturana foi feito pelo Bradesco. Mas este é um dos maiores bancos privados do país e patrocina quase todos os programas de TV. Não afirmo que a direção do banco participou do esquema, só que ele se deu através de uma agência do mesmo.

Foi só mais uma matéria para negar a política. E não esqueçamos: a voz da democracia é a política.

Espero que os indignados da internet reflitam a ajam em outubro. Já podemos começar a mudar um pouco as coisas por aqui. E enquanto vocês refletem sugiro a leitura desses dois artigos sobre o programa do CQC aqui em Alagoas – aqui e aqui

Um comentário:

Candice Almeida disse...

Meu querido, obrigada pela indicação, o Palavras ao Vento tem recebido visitas oriundas deste espaço, obrigada pela referência! Ótimo texto!!