segunda-feira, 19 de março de 2012

É a ética do mercado

A última bomba da “Grobo” foi a matéria do Fantástico sobre a propina em compras para hospitais públicos. Na matéria um repórter se passou por gestor de compras do hospital pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pois bem, infelizmente, qual a novidade?

O que me chamou a atenção, por surpresa, foi o fato de colocar de forma bem clara o papel das empresas privadas nesse jogo. Coisa rara por parte da grande mídia, tão adoradora do deus mercado.

Então o que está por trás da matéria global?

Com certeza um dos motivos é a CPMF. Com a tese que o dinheiro dá, basta acabar com a corrupção. Como se fosse possível e só existisse corrupção no Brasil. /ela não existe somente aqui, como faz parecer a grande mídia e tampouco se pode acabar com ela. O que dá pra fazer é dificultar, criar mecanismos de controle e punição mais rigorosos.

A CPMF não serve pra arrecadar dinheiro para a saúde, mas também controla o fluxo de capitais no Brasil. É o imposto mais justo porque paga mais quem tem mais. Além de ser quase impossível de sonegar, pois a retirada é automática. Nem 5% da população pagaria (ou pagava na outra versão) a CPMF.


Acho até que poderíamos até extinguir o imposto de renda. Deixa só a CPMF.

Outro dado é que o governo federal criou uma empresa de gestão para os hospitais universitários. É a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, para uniformizar a administração dos hospitais universitários para compras e gestão de pessoal. Polêmicas à parte sobre esse mecanismo, o controle das licitações ficará mais rígido pela centralidade da administração.

Hoje no Bom Dia Brasil (?), o senador Álvaro Dias do PSDB/PR disse que vai recolher assinaturas para uma CPI da saúde. Acho muito bom, desde que se faça a partir da máfia das ambulâncias no governo FHC. Porque senão é só pra blá blá blá eleitoral.

Outra coisa é o que o defensor da ética pública do Paraná concedeu a si mesmo aposentaria por ter sido governador do seu estado.

Só lembrando que a corrupção não o problema do país. Se ela acabar amanhã, nosso problemas não estarão resolvidos num passe de mágica.

Mas de todo modo vale pelo menos a reflexão de que não é somente o setor público ou servidores públicos que seriam corruptos, mas a corrupção nasce mesmo da lógica privada mesmo. Como disse mais de um gerente das empresas na matéria: “É a ética do mercado...”

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