sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mais um golpe na América Latina



Desde sempre a América Latina foi alvo de invasões de países que se julgavam (ou julgam) superiores. Foi assim no período das grandes navegações, no período de colonização propriamente dito e quando o “Tio Sam” resolveu que seria dono do planeta. O “Tio” começou sua “brincadeira” de War (jogo de estratégia de guerra) em escala natural pelos países latino-americanos.

O pior desse processo é que as elites latino-americanas se seduziram pelo canto da sereia estadunidense.  Todo mundo queria se sentir como os “galegões” de língua enrolada e cheio da grana e de armas.

É mais legal falar “nice” que legal.

Claro que no Brasil, antes dos EUA, o fetiche era ser português. Ser da “nobreza” real. Na América de língua espanhola era ser espanhol, na mesma lógica dos brasileiros.

Mas depois que o “Tio Sam” resolveu conhecer nossa batucada e falou que o tempero da baiana melhorou seu prato e que adorava chili ou chimarrão, a elite latino-americana se desandou em serelepagem.


Brincadeiras à parte, é sabido por todo mundo a histórica intervenção, às vezes direta, às vezes indireta, dos EUA na política dos países latino-americanos. E como as elites desses países são e sempre foram coniventes com os gringos.

Defensores ferrenhos até.

Tanto que basta olharmos o histórico de governantes de origem popular nesses países. Contam-se nos dedos quantos com esse perfil assumiram tais posições.

E os poucos que o fizeram sofreram golpes e tentativas de.

Foi assim com Chávez na Venezuela em 2002 (assista aqui); foi assim com Lula em 2005; contra Manuel Zelaya em Honduras; contra Rafael Correa no Equador; ataques a Evo Morales na Bolívia; Cristina Kirchner na Argentina e por aí vai...

Sem se esquecer das ditaduras militar no Chile, Argentina e Brasil.

Agora nesse momento está em curso uma tentativa de golpe contra Fernando Lugo, presidente do Paraguai. Com minoria no parlamento, seu pedido de impeachment foi aprovado e ele terá horas para defender seu mandato.

Pessoas no país já começam a ir às ruas para evitar o golpe. Assista aqui

Os presidentes da Unasul (União de Nações Sul-americanas) já se manifestaram contra o golpe. Assista aqui

Lugo é ex-padre e é socialista. Defende que seu governo seja um governo socialista, mas sempre dentro das regras constitucionais do Paraguai. O debate da possibilidade disso não cabe aqui.

O centro aqui é a denúncia de golpe contra seu governo democrática e legitimamente eleito pelo povo daquele país.

Se Lugo cair, não me espantaria um onda de golpes em países latino-americanos como tivemos nos anos 50 e 60. Claro que de uma forma muito mais sutil.

As elites latino-americanas não suportam a ideia de se ter governantes ligados ao povo. Seu senhor, o “Tio Sam” também não. É preciso estar atento a esses acontecimentos no Paraguai.

Toda solidariedade ao povo paraguaio!

Não ao golpe de Estado da direita paraguaia!



Leia mais sobre o golpe no Paraguai aqui, aqui, ou aqui

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