sexta-feira, 8 de junho de 2012

O tímido ínicio da regulamentação da comunicação


Saiu um novo projeto de regulamentação da radiodifusão no Brasil. A minuta foi divulgada dias atrás e a grande polêmica é a limitação à outorga para programas religiosos e a políticos. Sobre a outorga a políticos isso já valia (no papel, apenas) e sobre a limitação para programas religiosos, isso é novidade. – Leia aqui a íntegra da minuta

Pela condição de laicitude do Estado, esta é uma boa novidade.

Mas foi muito pouco.

Faço minhas as críticas do Paulo Henrique Amorim, em seu blog o “Conversa Afiada” (clique aqui).

Cadê a questão do monopólio? E dos oligopólios?

Há uma tentativa de abordagem sobre atuação em vários meios de comunicação, que seriam regras nesse sentido, mas estão muito tímidas.


Outra coisa repetida algumas vezes é a proibição do proselitismo. Se valer mesmo, o Bom Dia Brasil (?) da Globo acaba. O JN também... Na verdade todo o jornalismo Global. Nada mais proselitista que o jornalismo global. Leia aqui o que, segundo o dicionário,significa proselitismo.

Apesar de não ser mais mistério para quase ninguém a forma de como a Globo se tornou “A” Globo. Das babadas entres as pernas dos militares e de todos os governos até 2003. Vale ressaltar que desde Sarney há um misto de compadrio e chantagem.

Outros veículos de TV também tiveram uma postura subserviente em relação ao regime militar, mas citar a Globo é emblemático por que ela deteve quase 80% da audiência no período. Ela chegou até a negar um comício pró Diretas em São Paulo. Noticiou que era em comemoração ao aniversário da cidade.

Sem falar na tentativa de golpe na eleição do Brizola no RJ em 84, na manipulação do debate Lula / Collor em 89, da negação, na mesma tática do comício das Diretas, da existência de passeatas pelo impeachment do Collor no início dos anos 90; das manipulações para a eleição e reeleição de FHC; das tentativas de golpear as eleições de Lula e de derrubá-lo a todo instante e por aí vai...

Daria pra fazer uma enciclopédia sobre o golpismo da Globo.

Mas ela nunca esteve só. Sempre teve seus pares impressos.

E sobre o jornalismo ou a comunicação como um todo se faz necessário regulamentação. Garantir de fato a pluralidade de opinião. Fazer valer o ônus da prova e tirar deles a divindade que tanto invocam para si.

Por que não dá pra maior revista do país ter relações com o crime organizado, enaltecer seu braço no parlamento brasileiro, chamando-o de mosqueteiro da ética e ainda por cima plagiar, repito, plagiar matéria de outro órgão, distorcer o que foi escrito e creditá-lo ao seu “inimigo”. Foi o que fez a Veja. Leia mais aqui

Não dá pra ter, diante disso tudo a cumplicidade que tem os outros veículos da grande imprensa. Nada sai sobre o envolvimento de Veja com o Cachoeira, tampouco do Serra, o vampiro que querem que presida o país.

Isso se chama ocultação da informação. Uma das formas de manipulação da grande imprensa. E feita de forma ordenada, organizada. Como um partido político.

Perseu Abramo sempre atual. – clique aqui

Na Argentina, Cristina Kirchinner quebra o monopólio do grupo, também golpista, Clárin. Desde a produção de papel imprensa às transmissões de jogos de televisão. Leia mais aqui

Deixemos a rivalidade com os hermanos de lado e aprendamos mais com eles. Mas pelo menos já foi um ínicio.



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