quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tese do mensalão é contrariada



“Passeando” pela internet, encontrei um site chamado “Tudo sobre o mensalão”. Que além das peças técnicas do processo (clique aqui), também publica artigos e comentários sobre a vinculação do caso na imprensa. A autoria seria de acadêmicos de faculdades paulistas, em especial a USP (clique aqui).

Abaixo reproduzo artigo sobre pesquisa realizada que compara as votações no Congresso com o período do suposto “mensalão”.

Estudo contraria tese de compra de votos na Câmara


A tese de que o governo fez repasses a parlamentares para garantir votações favoráveis na Câmara em 2003 e 2004 não encontra nenhum respaldo estatístico. O argumento usado para sustentar a existência do chamado mensalão é derrubado pelos números.


O cruzamento entre os repasses feitos pelo publicitário Marcos Valério e as votações na Câmara mostra que não existe relação entre as duas coisas. Ou seja, reforça a tese de que o dinheiro tinha relação com o caixa dois dos partidos, sem nenhuma ligação com o governo.


Levando em conta as ocasiões em que o governo deu orientação sobre como os partidos deveriam votar, foram 238 votações entre 2003 e 2004.

De acordo com a tese sobre a existência do mensalão, o governo deveria ter mais votos nos meses em que os repasses foram feitos. Mas isso não ocorreu.

A tabela abaixo mostra o comportamento do PP, do PL, do PMDB e do PTB em 2003 e 2004 durante as votações nos meses em que os partidos teriam recebido os repasses:


Percebe-se que, por serem da base governista, os partidos têm alto índice de apoio ao governo nas votações. Ao analisar os meses em que houve repasses, não é possível encontrar um aumento desse apoio.

Pelo contrário: no mês do maior repasse – agosto de 2004, com R$ 4,268 milhões – , o índice fica abaixo da média geral, de 86,7%. Em meses sem nenhum repasse, há expressiva votação favorável ao governo, como em julho de 2003 ou junho de 2004.

Além disso, embora em quase todo o período analisado haja repasses aos quatro partidos, a tendência geral de apoio ao governo tem queda, como mostra este gráfico:


O gráfico também revela que há um forte crescimento do apoio ao governo entre abril e junho de 2003, quando os repasses são bem menores que os dos outros meses.

É possível verificar que, se houvesse alguma influência dos repasses nas votações, ela seria negativa. Ou seja, quanto maior o repasse, menor o apoio ao governo.

O gráfico abaixo ilustra esse movimento. A reta vermelha pontilhada mostra a tendência de apoio ao governo, que cai conforme os repasses aumentam:



Todos os gráficos foram feitos com números oficiais das votações na Câmara.


*Retirado do site “Tudo Sobre o mensalão” - clique aqui

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