terça-feira, 20 de novembro de 2012

CPI do Cachoeira pode acabar sem pizza

Mais uma para quem acha que por conta do julgamento da AP 470 o Brasil mudou: Carlinhos Cachoeira está solto. O bicheiro foi condenado pelo TJ-DF a cinco anos de prisão, mas cumprirá em regime semiaberto. Provas contra o pauteiro de Veja não faltam. O que faltou foi a mídia em cima, fazendo estardalhaço.

Mas a grande imprensa não podia fazer estardalho, não é mesmo? Afinal, Cachoeira era o pauteiro da “coisa feita em papel couché”.

Nem só de desilusão vivem os sonhadores.

Policarpo Júnior, o “Poli” ou “caneta” como era tratado pelo Cachoeira, terá seu indiciamento proposto à Justiça pela CPI batizada com o apelido do bicheiro. CPI's não indiciam diretamente, apenas indicam indiciamentos.

Policarpo mantinha relações “íntimas” com o bicheiro, sendo pautado por ele. As reportagens publicadas na “coisa feita em papel couché” eram usadas para chantagens e para derrubar membros de estatais. Além de Policarpo, a quadrilha contava com o ex-senador e mosqueteiro da ética Demóstenes Torres e segundo informações recentes, com Roberto Gurgel.


Gurgel prevaricou a não dar seguimento à Operação Monte Carlo, deixando as operações do esquema do bicheiro seguirem tranquilamente. O Procurador também é acusado de vazar depoimento de Marcos Valério à “coisa”.

Veja será indiciada, mesmo que indiretamente por suas relações criminosas.

Caberia também por invasão de domicílio no Hotel Naum em Brasília. Como também um minuciosos estudo dos contratos da editora de Roberto Civita, a Abril, com o governo e prefeitura de São Paulo e sabe-se lá mais onde.

Somente no Brasil uma publicação (recuso-me a chamar Veja de revista), faz o que faz e nada acontece ou acontecia, em confirmando o indiciamento.

Nada também acontece ou acontecia a procuradores que engavetam processos sem justificativa jurídica alguma ou “esquecem” de documentos apresentados como o caso de Antônio Fernando de Souza, antecessor do cosplay do Jô Soares.

Por isso que a oposição faz de tudo para adiar a leitura do relatório da CPI do Cachoeira de Odair Cunha (PT-MG). E pior, faz a contrainformação. Oposição e grande imprensa divulgam aos quatro ventos que foi o PT e a base aliada sem rabo preso com a grande imprensa que teriam encerrado a CPI com uma fragorosa “pizza”.

Tenhamos a esperança que a CPI não tenha apenas a cassação do "mosqueteiro" Demóstenes. Até porque a caneta é mais forte que a espada.

Vamos ver como vai se comportar Joaquim Barbosa, agora à frente do Poder Judiciário brasileiro. Sem “justiçaria”, apenas as Leis e a Constituição.


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