quarta-feira, 7 de novembro de 2012

É tudo cortina de fumaça





Recomeçou o julgamento da Ação Penal 470. Recomeçou do mesmo jeito que parou. Muita mídia, pouco Direito e destempero de Joaquim Barbosa. O julgamento teve essa pausa para que Barbosa fosse à Alemanha fazer um tratamento na coluna. Ao contrário do aconteceu com Lula ao realizar exames por conta do câncer, nenhum demagogo direitista fez campanha para JB se tratar no SUS.


Em meio ao destempero “batimal” de Barbosa, o mesmo acatou o pedido da PGR e mandou recolher os passaportes dos condenados no julgamento. Só mais uma pauta ridícula para a grande imprensa espalhar bobagem. Nenhum dos réus, em especial os políticos, tem pretensão de fugir do país. Este gesto de Barbosa é apenas mais um gesto teatral do magistrado.

A ida de Barbosa à Alemanha fez com ele voltasse com ares mais extremados. Defendeu e conseguiu imputar penas maiores do que prevê a Lei. Agora imaginem se ainda estivéssemos nos tempos do Hitler, daria pena de morte. JB concedeu pena a Ramon Hollerbach, sócio de Marcos Valério dois terços maior.


E o pior que convenceu a maioria dos ministros. Ou ele ou algo convenceu os ministros. Se isso não é julgamento de exceção é bem parecido. E como sempre, JB atacou quem discordou de sua sanha justiceira. É um democrata.

Ao tempo que todo o circo no STF acontece, o advogado de Marcos Valério revelou que seu cliente entregou ao ex-Procurador Geral da República, Antônio Fernando de Souza, o mesmo que formulou a denúncia contra o PT da Ação Penal 470, documentos como recibos de depósitos e o valores de 79 pessoas ligadas ao PSDB que receberam dinheiro do publicitário.

O que fez a Procuradoria Geral? Arquivou tudo, por se tratar de mero caixa 2.

Há ou não dois pesos e duas medidas?

O pior é a cara de pau do ex-procurador ao dizer que não se lembra do documentos por já ter se passado quatros anos que saiu da PGR.

E a grande imprensa noticiou isso?

Isso vai ser capa de Veja?

Você que lê isso agora sabe a resposta.

Preferem, com todo o espírito de vira-latas, bajular Obama.

Os recursos saíram das estatais Companhia de Saneamento de Minas – Copasa (R$ 1,5 milhão), Conpanhi Mineradora de Minas Gerais – Comig (R$ 1,5 milhão) e Banco do Estado de Minas Gerais – Bemge (R$ 500 mil) em 1998.

Diferenças básicas entre esse processo e o da Ação Penal 470: 1 – Provas. O do PSDB existem provas e em mãos da PGR, para além dos recibos entregues por Marcos Valério. 2 – Esse não é do PT. Portanto, arrisco a afirmar aqui que esse vai prescrever.

O pedido de delação premiada feito por Marcos Valério e negado pelo Procurador Roberto Gurgel se deve a essas revelações de seu advogado. Valério tem motivos para temer por sua vida.

Existem rumores de que uma modelo foi assassinada por conta do esquema tucano em Minas Gerais e um advogado também teria sofrido um atentado. Estas afirmações precisam ser bem investigadas e recheadas de cuidados para não se atribuir as mesmas teses fantasiosas sobre o assassinato de Celso Daniel em São Paulo.

Atitude típica do tipo de imprensa que temos no Brasil. Como afirmou um site britânico sobre Veja: “uma revista de fofocas”.

Infelizmente nessa toada, vivemos uma grande cortina de fumaça. Veja vai escapando (ou já escapou) da CPI do Cachoeira, o PSDB vai escapando de ter seu esquema em Minas Gerais julgado e o ordenamento jurídico nacional indo para as cucuias. Adeus ônus da prova, adeus presunção de inocência. Viva o “domínio do fato” e a arrogante agressividade de Joaquim Barbosa.

Mais presepadas virão.

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