quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Jeito tucano de governar

R$ 8,4 bilhões, esse era o montante da dívida pública alagoana antes da aprovação na Assembleia Legislativa de mais dois empréstimos, ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que somados passam do R$ 1 bilhão. Em 2009 já havia sido aprovado R$ 2 bilhões em empréstimos. Onde o governo tucano de Teotônio Vilela empregou ou emprega esses valores ninguém sabe.

Até agora não teve um ser vivo membro do governo de Alagoas que desse explicações concretas sobre o destino dos montantes aprovados no último dia 20 de novembro e os de três anos atrás não se vê em lugar algum.

Hospitais do estado são a materialização do caos; as universidades estaduais se arrastando; professores e técnicos administrativos das escolas públicas em greve; índices sofríveis em todas as áreas; casas para a vítimas das enchentes em 2010 entregues a passo de tartaruga e estudantes são revistados em sala de aula nas escolas da periferia como política de combate ao crime. 

Para piorar, o governador publicou um decreto com uma renúncia fiscal de R$ 84 milhões ano sobre o pagamento de uma dívida de R$ 415 milhões em impostos não recolhidos dos usineiros alagoanos.

Não bastasse a peleja imposta pela “doce” elite alagoana em dificultar a melhoria da qualidade de vida do povo, o governador presenteou no dia 19 de novembro com a medalha da República, maior honraria do estado, o presidente da Cooperativa dos Usineiros, José Ribeiro Toledo.

O governador de Alagoas legislou para além da causa própria – o que ele fez ainda não tem nome – ele homenageou o representante oficial dos beneficiados. Ele não quer somente espinafrar com o povo, quer, desculpem-me o uso de expressão chula, passar a mão na nossa bunda.

Numa conta grosseira, se a dívida antes do último empréstimo era de R$ 8,4 bi, somado ao R$ 1 bi recém-aprovado dá R$ 9,4 se contar a dívida dos usineiros, R$ 9,8.

Isso sem juro, sem nada.

Em um estado que nada produz porque o setor sucroalcooleiro não deixa. Em um estado totalmente dependente do governo federal, essa dívida não vai ser paga nunca, e com os prazos aprovados, a conta fica para o próximo governador.

Além de tudo, calote.

E isso foi dito por parlamentares da base durante a discussão na Assembleia. De que o governo federal precisará de apoio para aprovação de projetos como a reforma tributária e daria um jeito no pagamento desse empréstimo.

Penso que o governo tucano está contando com o fim do mundo Maia. Como segundo a antiga civilização, o mundo acaba em 21 de dezembro, tudo certo em contrair mais dívida.

É o deboche nível ultra all star.

Alagoas tem as mesmas relações de poder desde o século XVIII, isso para contarmos apenas da separação de Pernambuco para cá. Governador usineiro, presidente do Poder Legislativo usineiro, no Judiciário usineiros, prepostos e xeleléus. Esse tipo de trato com o que é público não poderia ser diferente.

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