sábado, 8 de dezembro de 2012

PSDB teima em ressuscitar o coronelismo em Alagoas



Sob o argumento de “mais agilidade”, o secretário estadual de educação de Alagoas, Adriano Soares, através de seu perfil no Facebook, defendeu as mudanças no Conselho Estadual de Educação (CEE) realizada pelo decreto 23.431/2012. O centro desse decreto é o fim da democracia no Conselho. Agora, o presidente será sempre o secretário de estado da educação e vagas abertas serão indicadas por ele.

Além dessa excrescência política, a atual gestão do Conselho, eleita democraticamente, foi cassada pelo ato governamental.

Os agentes da ditadura militar dariam um prêmio ao governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) por essa medida que torna “ágil” um espaço tão importante para o avanço educacional no estado.

O menestrel das Alagoas é que deve estar se revirando no túmulo. Quanta diferença entre pai e filho.

Soares afirma em nota que o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação em Alagoas (Sinteal), somente ataca a decisão do governo, mas não consegue apontar avanços do CEE e que sempre põe a culpa na falta de estrutura.

Falta de estrutura em qualquer órgão que seja, é ou não motivo para baixo desempenho?


Mesmo não alcançando as metas e objetivos, como afirma Soares, sua diretoria foi eleita democraticamente. Ponto.

Segundo o secretário, “as mudanças que estão sendo feitas na educação de Alagoas são pautadas pela busca de eficiência, estabelecendo-se uma gestão por resultados” e, portanto, as mudanças impostas pelo decreto serão o início das resoluções dos problemas educacionais em Alagoas.

Minha vontade era dizer que agora é a hora de dar risadas, mas a vontade é de chorar.

A educação em Alagoas tem os piores índices do país. A violência se escancara nas escolas e a única alternativa do governo tucano é revistar estudantes em sala de aula nas escolas da periferia de Maceió. Reformas intermináveis atrasaram em um ano os estudos de um sem número de pessoas.

E agora essa volta no tempo. Ao tempo da ditadura e do coronelismo.

O secretário ainda insiste em afirmar que é o sindicato que luta pela manutenção da atual estrutura do CEE onde, segundo ele “feudos se conservam ao longo do tempo”.

Quem é que luta pela manutenção de “feudos” em Alagoas?

Temos as mesmas relações de Poder desde o século XVIII. E vivemos um período de acentuação dessa lógica. O governador é usineiro; o presidente do legislativo estadual é usineiro e a Justiça está repleta de usineiros, prepostos e xeleléus.

Agora o CEE virou playground dessa estrutura, onde o governo do estado, através do secretário diz quem vai e quem fica. Se não concordar com ofensiva para destruir a educação em Alagoas em nome da “agilidade”, está fora ou não entra!

Sobre a situação, digamos, sofrível que vive a educação alagoana, Adriano Soares tem o disparate de colocar a culpa nos trabalhadores. “Assumimos a necessidade de mudanças urgentes e tomamos para nós, intimoratos, o dever de mudar esse quadro desolador, que o Sinteal contribuiu como protagonista para nele chegarmos”.

Não dá para chamá-lo de louco, porque os loucos não respondem por si. Ele é um agente do reacionarismo açucarado que domina o estado. E por não ter o mesmo sangue, assim que não for mais útil, será, como tantos outros, descartado.

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