quarta-feira, 17 de julho de 2013

Botem o Vaccarezza para fora da roda



Às vezes nosso maior adversário somos nós mesmos. Quem nunca se viu em uma situação assim? Após a presidenta Dilma Rousseff pôr na ordem do dia o debate sobre a reforma política, o PT, que ao invés de buscar a unidade interna necessária para fazer essa pauta avançar, se divide e ainda sob a coordenação do PMDB.

Foi montada na Câmara dos Deputados uma comissão para discutir o tema. A lógica e o bom senso dizem que Henrique Fontana (PT-RS), relator de proposta de reforma política travada na Casa, deveria ser um dos nomes. Ele é hoje, o parlamentar do partido com mais capilaridade para discutir esse tema, ainda mais dentro da correlação de forças entre os deputados.

Mas o presidente da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), conseguiu enfiar o deputado do PT de São Paulo, Cândido Vaccarezza. Isso mesmo, Alves enfiou o Vaccarezza nas indicações do Partido dos Trabalhadores. Alves criou uma segunda vaga para o PT somente para colocar o deputado paulista. E ainda deu a ele a condição de coordenação da comissão. Fontana, indignado, retirou seu nome da comissão e Ricardo Berzoini, também de São Paulo.

Até as pedras sabem que Vaccarezza tem firmeza ideológica como a de uma “maria mole”, doce feito de açúcar e claras em neve. Aliás, muita gente se pergunta por que ele ainda está no PT.

Berzoini é um excelente nome para a comissão, mas estaria muito melhor acompanhado se Fontana estivesse lá e não o Vagareza... Desculpem, Vaccarezza. Agora o Congresso entrou em recesso parlamentar a discussão deve ser retomada em agosto. Como até no lixo nasce flor, de toda essa confusão, pelo menos o recesso pode servir para o PT pôr a casa em ordem e, muito na boa, excluir o Cândido dessa roda.

O tema da reforma política é bastante caro para o Congresso. Mesmo o óbvio ululante explica bem a dificuldade: todos os parlamentares que ali estão foram eleitos – e assumiram compromissos – nas regras vigentes. Portanto quando se fala em financiamento público de campanhas ou lista partidária, muitas espinhas arrepiam ali. Mesmo que se proponham mudanças para valer somente em 2016.

Daí a importância de a reforma de dar por meio de plebiscito. Mesmo que sem a constituinte exclusiva – o melhor dos cenários para mudar o modus operandi da política nacional. Daí também o entrave que os setores conservadores, dentro e fora do Congresso, impõem a essa agenda.

Já afirmei antes e reafirmo: sem gente na rua cobrando não haverá mudança de regra alguma na política a partir de ano nenhum.

5 comentários:

RLocatelli Digital disse...

Prezado Cadu, assino embaixo de seu artigo. Acho que todos os petistas - formalmente filiados ou não - precisam retornar ao movimento popular, para se re-enraizar na classe trabalhadora. Com isso, ganharão força os petistas mais firmes em suas convicções. Em 2014, não basta votar em candidatos do PT: temos que escolher muito bem em QUAIS candidatos do PT votar.

Eduardo Lima disse...

"Cabral, não se preocupe com a CPI, você é nosso e nós somos teu" Vagarezza

italo disse...

Internautas fanáticos da direita, que quando questionados o que tem a ensinar só riem, os que costumam, diante de fatos inquestionáveis, chamar eleitores da esquerda de "cegos", ao ler um artigo como esse vai achar um "escândalo", pois alimentam para nós de esquerda a mesma visão retrógrada que eles tem, a de que todos da direita "são santos", os mesmos de direita que, incrível, desqualificam a importância de Jesus Cristo na civilização diante do fato do mesmo apoiar os mais necessitados, ou seja, de esquerda (3, um deles evangélico, inacreditável), estes mesmos vão estranhar demasiadamente como os eleitores conscientes tratam da política.

Para eles, os eleitores de esquerda pensam: toda esquerda é "santa" e toda direita é "bandida", esse discurso só remete a uma tese de que o que dizem são reflexo do que pensam sobre eles. Calam-se totalmente diante do livro Privataria Tucana, diante disso o argumento passa a ser "roubar é normal no BraZil"

Pois bem, para qualquer eleitor que se preze, há de se fundamentar tudo, mas para isso é preciso pesquisar, estudar, coincidência ou não, a direita sempre anda muito ocupada com o novo capítulo da novela das 5,6,7,8,9,10 e nunca sabem o que seus políticos favoritos estão fazendo, e fizeram "no verão passado".

Anônimo disse...

Lula pediu: "O PT precisa de renovação e voltar a dialogar com os movimentos sociais."

Renovar! Sem Vagarezza.

Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou...









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Helder

Anônimo disse...

Importante o colegiado de deputados coordenado por Vaccarezza chamar a sociedade a participar, abrindo espaço de comunicação pela internet,compactar os inúmeros trabalhos já elaborados pelo Congresso sobre a matéria e ter a coerência que o plebiscito é parte fundamental da efetivação da Reforma Politica. A indicação de Vaccarezza pela Câmara dos Deputados na Coordenação do Grupo de Trabalho da Reforma Política , referendado em 20/7 pela maior instância, o Diretório Nacional do PT, só reforça o comprometimento para a viabilização para a aprovação do plebiscito na Câmara, compromisso assumido pelo deputado: vaccarezza.com.br/nota .Muita tranquilidade e celeridade nos trabalhos, vai precisar. Boa semana a todos!G.Vaccarezza Junior