É
incrível como tem gente que defende o financiamento privado de campanhas
eleitorais. Entre os argumentos está o de que não quer “seu dinheiro” financiando
corruptos. Porém, essas almas de pensamento raso estão entre aqueles que votam “em
quem vai ganhar” de acordo com o volume de recursos que o candidato – na campanha
ou em seu bolso – possui. É essa lógica de financiamento eleitoral a matriz da
corrupção política no país. Seja o financiador tendo um parlamentar ou
executivo “na mão”, seja o próprio feito um maluco armando esquemas para
conseguir verbas para o próximo pleito.
É
um círculo vicioso perfeito. Por mais que um detentor de mandato eletivo
consiga, através de desvios de recurso públicos, juntar o montante que julga
necessitar para a disputa eleitoral, ele precisará de terceiros e, dependendo
do valor, com capital para doar o número combinado sem levantar suspeitas. Um bom
exemplo disso acontece em Alagoas.
Mais
uma vez a Assembleia Legislativa (ALE) da terra de Graciliano Ramos está nua
com a exposição de outro esquema de desvio de recursos para fins eleitorais e,
obviamente, locupletação financeira. ALE gastou sete milhões de reais com 61 cargos
em comissão em apenas ano. E há casos onde uma mesma pessoa possui dois “empregos”
como esse.
Também
existem denúncias de que candidatos derrotados estão ocupando espaços na ALE e
em secretarias do governo do estado, concomitantemente ou não. Sem falar em
doadores de campanha. Esses aos montes. Um desses “super-funcionários” recebeu
em 2011 R$ 145.468,68 (102 salários) em 2011 do parlamento estadual em Alagoas.
Em
12 de agosto de 2010, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) nomeou Lucrécia
de Carvalho Lira, através do decreto 7.385, para exercer cargo em comissão na Secretaria
de Estado da Gestão Pública (clique aqui)
e em 28 de fevereiro de 2011 ela foi nomeada como assessora parlamentar na
ALE/AL (clique aqui). Não há, ou
pelo menos esse blog não encontrou registros de exoneração da primeira
nomeação. Ela recebeu R$ 131.850,48. Mais informações no Portal Cada Minuto
Entre
os nomes divulgados pelo portal de notícias alagoano encontram-se doadores de
campanha da vereadora em Maceió Silvânia Barbosa (PPS). Telma Araújo Lima e Rosimeire
Oliveira Silva ambas receberam R$ 82.055,10 da Assembleia Legislativa de
Alagoas.
clique para ampliar |
O
Ministério Público de Alagoas (MP/AL) já está com os documentos revelados
contendo nomes e valores. Brigou-se tanto para investigar e agora ele tem que
dar resposta. Mas, por mais que se trate o efeito, sem combater a causa, isso
vira guerra sem fim.
O
financiamento público de campanhas, além de tornar as campanhas mais baratas,
facilita a fiscalização das contas e combate essa corrida desenfreada e
desmedida para acumular recursos para as eleições. Isso somente para ficarmos
com a questão financeira da coisa.
Um comentário:
Post didático.
O que temos hoje é uma verdadeira orgia entre os partidos e s interesses privados que financiam as eleições, o lobby rola solto e muito! Grandes empresas 'investem' nos candidatos e querem 'receber' em troca, não tem santo. Convém lembrar também que em 99,9% das vezes os interesses dessas empresas não vão ao encontro dos interesses da sociedade.
Financiamento público deixa a eleição mais barata, mais 'fiscalizável', combate o maldito 'caixa 2' e combate o poder do dinheiro nas campanhas.
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Helder
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