quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O papo reto de Dilma



Depois da falsa polêmica sobre a passagem de 15 horas de Dilma em Lisboa na imprensa grande e de o jornal Valor Econômico ter publico metas fiscais do governo para 2014 apenas com fontes anônimas, ou mesmo sobre reforma ministerial ou possíveis atos de rua contra a realização da Copa do Mundo, a presidenta resolveu colocar os pingos nos is.

Sobre o pagamento da conta do jantar realizado pela comitiva presidencial na capital portuguesa Dilma pôs um ponto final no assunto: Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta. É exigência para todos os ministros, e eu só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta.

Será que Aécio Neves vai parar de usar passagens pelo Senado para ir passear no Rio de Janeiro? Sim, porque o uso institucional desses recursos é para ele ir a Minas Gerais. Ou pelo menos deveria ser.

A tamanha falta de assunto da imprensa grande é tão vergonhosa que ela deveria publicar receitas de brigadeiro. Seria mais proveitoso.

Sobre a “reportagem” do Valor Econômico, com fontes sem nome, cargos ou mesmo carne e osso, Dilma também mandou na lata. “Ninguém do governo falou quanto vai ser cortado nem qual o superávit primário. Lamento que tenham sido anunciados números, valores e compromissos”, e completou “Está desautorizada qualquer manchete e informação nesse sentido, tipo 'Fontes do Palácio do Planalto [dizem isso, aquilo]”.

Sobre a agonia da imprensa grande em saber como será a reforma ministerial para tentar instrumentalizar as trocas, que ocorrem em todos os governos, principalmente quando o governante em questão disputará uma reeleição, em Cuba Dilma “chutou” nos peitos. “Reforma ministerial eu converso no Brasil. Fora do Brasil, eu converso sobre assuntos de fora do Brasil, porque isso é uma questão de respeito com a população brasileira”.

E a respeito dos atos contra a Copa, Dilma derrubou as teses de que o governo federal estuda formas de coibir os atos com repressão. A presidenta afirmou que jamais houve tal reunião e ressaltou que seu governo optou pelo diálogo ao propor os cinco pactos no auge das manifestações de junho de 2013. “Tem umas coisas que eu não sei como aparecem no jornal”.

Para completar, Dilma mandou um recado, nos últimos dias, aos que vivem de bater nela para desconstruir sua imagem: meu couro ficou duro, eu suporto.

Um comentário:

RLocatelli Digital disse...

Sobre o jantar de Dilma, a oposição e sua mídia precisam descobrir se Dilma pediu couvert, e qual foi o preço. Lembrando que, no Brasil, couvert só pode ser cobrado se o cliente pedir. Em Portugal, não sei como é. É o caso de ouvir especialistas em legislação portuguesa. Quanto à sobremesa, se for mousse tudo bem. Petit gateau ou qualquer coisa flambada está proibida pela oposição, por ser chic demais para Dilma.