terça-feira, 30 de setembro de 2008

110 indiciados...

Deu no site Primeira Edição (veja aqui)


ALE: desvio foi de R$ 254 milhões e roubo atingiu 95% da verba de gabinete


Três anos e cinco meses depois do início das investigações, a Polícia Federal apresentou, em entrevista coletiva nesta terça-feira, o relatório final da Operação Taturana. Ao todo, 110 pessoas foram indiciadas e vão responder por diversos crimes. O inquérito, finalizado também nesta terça-feira, investigou operações fraudulentas na Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE) e será remetido agora ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).


De acordo com o presidente do inquérito, delegado Janderlyer Gomes, entre os indiciados estão um conselheiro do Tribunal de Contas (Cícero Amélio), 15 deputados estaduais, 11 ex-deputados, dois prefeitos (Cícero Almeida, Maceió, e Fabio Jatobá, Roteiro), três secretários municipais, um candidato nas eleições municicpais 2008, seis funcionários de instituições bancários, 30 funcionários da Assembléia Legislativa e 10 familiares de parlamentares.


Segundo ele, o trabalho inicial partiu de um desvio de 51% do orçamento anual da ALE, mas que não foi possível comprovar o montante. “Estamos trabalhando com dados mais próximos da realidade, e foi possível confirmar o volume de recursos desviado de 254 milhões e 340 mil reais. Esse valor foi confirmadamente desviado. Mas esse número pode ser maior. Os auditores da Receita Federal me informaram que é difícil atestar o quanto foi desviado da folha de pagamento, já que os dados não puderam ser analisados totalmente”, alegou.


“Em alguns momentos, notamos que deputados movimentaram recursos similares aos prêmios acumulados da Mega-sena. São valores milionários que estão apontados nos laudos”, disse Janderlyer. Segundo ele, a cada momento surgia um novo deputado ingressando no esquema.


SEQUESTRO DE BENS - A PF informou que ainda vai solicitar ao STJ o seqüestro de diversos bens dos indiciados, entre eles 35 fazendas (27 em Alagoas, cinco em Pernambuco e três na Bahia); 15 casas (sendo cinco delas no condomínio Aldebaran), 14 apartamentos, além de veículos e lanchas.


PROVAS - “As provas não se baseiam apenas em investigações telefônicas, mas também em laudos, testemunhas, todo um trabalho dos agentes e peritos da Polícia Federal”, destacou o delegado Janderlyer Gomes.


VERBA DE GABINETE - Durante a coletiva, o perito Lopes, da PF, informou que 95% da verba de gabinete dos deputados era usada de forma ilegal. “Nós conseguimos apurar que a verba de gabinete (no valor de R$ 26 milhões), teve 38% pago efetivamente além dos valores básicos que restituíram o material utilizado. Independente desse dado, algo em torno de 95% desse valor foi aplicado indevidamente, em finalidades diversas daquelas previstas por lei", declarou.


A INVESTIGAÇÃO - A investigação da PF teve início no ano de 2005. Janderlyer ainda alertou para a necessidade de tempo para a conclusão das investigações. “De um único volume de 255 páginas, saltamos para 37 mil páginas. Somente o relatório final tem mais de 1.200 paginas. Foram 233 laudos financeiras, contábeis, materiais”, afirmou, acrescentando que a partir de agora "será, sem dúvida, uma batalha judicial".


Com a conclusão do inquérito, inicia-se uma nova fase - que é a do direito ao contraditório. Segundo Janderlyer, a ida do processo para o STJ vai atrasar a conclusão do processo. "A ida desse inquérito abre uma lacuna no que diz respeito aos membros do Ministério Público Federal (MPF), que sempre acompanharam o caso, sempre mantivemos contato. Agora, com essa ida ao STJ, o sub-procurador da república terá que tomar contato com todo o material produizido", lamentou.

Ainda tem gente que no próximo domingo vai nessa cambada...

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