sábado, 30 de outubro de 2010

Debate da Globo. A direita sem Agenda pro Brasil

Após meses de campanha eleitoral Dilma e Serra participam do último debate na Globo. Este debate não surge do nada. É preciso contextualizá-lo. Com formato onde se responde a perguntas da platéia e não há o confronto direto. Os mais variados temas foram colocados. Ambos os candidatos estavam cansados, mas podemos ver um pouco de como se deu o debate acerca de projeto de Brasil que foi apresentado nos últimos meses.

Este debate acontece depois de 8 anos de FHC/Serra e terminando os 8 anos de Lula/Dilma. Veja a comparação aqui e aqui.

Por causa da comparação entre os dois governos é que a campanha se deu do jeito que deu. O PSDB usando como arma a obscurandade.

Serra não tem agenda. Isso ficou nítido como água nessa campanha e nesse debate. Não sabia se criticava ou se elogiava o governo Lula. Mais uma vez negou o programa de seu partido, o PSDB. Quando se aproximava do programa, fazia timidamente.

Serra não falou de universidades (14 novas no governo Lula e mais de 134 extensões por todo o país). Nem poderia. O governo FHC quase destruiu as universidades públicas federais (as estaduais paulista vivem situação crítica) e também os CEFET’s (Hoje IFET’s e 214 criadas no governo Lula). Os últimos, FHC/Serra proibiram o investimento e separaram o ensino médio do técnico.


Sobre o serviço público não tinha o que dizer. Seu governo não fez concurso e sucateou o Estado brasileiro como nunca. Serra mais uma vez fez o que muitos ideólogos de sua campanha criticaram: não se diferenciou do projeto capitaneado pelo PT. As poucas propostas que fez falou de estímulo a concorrência entre iguais no serviço publico e não promoção de ação conjunta como fez Dilma. Dilma reforçou os avanços do governo Lula como concursos, pisos nacionais salariais e investimentos na Policia Federal.

Serra defendeu mesmo que timidamente o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Sequer conhece as linhas de crédito para a agricultura familiar no Brasil criados pelo governo Lula.

Quatro vezes mais crédito agrícola no governo Lula a juros subsidiados pelo governo federal. Seguro agrícola para pequeno agricultor. Enquanto Serra falou de agronegócio, Dilma se comprometeu a ampliar o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), hoje 700 mil agricultores assistidos pelo programa. Mais 500 mil, pelo menos em seu governo. Essa foi a meta colocada por Dilma. Aumentando a capacidade de produção dos pequenos produtores.

Sobre corrupção Serra foge ao debate. O governo dele nada se apurava. Em vez de Procurador Geral da Republica tínhamos o “Engavetador Geral da Republica”, Geraldo Brideiro (veja aqui). 64 CPI’s foram arquivadas. No governo Lula o MPF, a PF têm total liberdade de investigação e foram reforçados estruturalmente. Dilma se comprometeu a continuar essa política.

Saneamento, meio ambiente, saúde e legislação trabalhista também foram discutidos no debate.

Em nenhum momento Serra defendeu algo que fosse dele. Uma vez que ele sempre afirmou nos seus programas de rádio e TV que tinha cabeça própria, faltou ao candidato tucano propostas próprias. Talvez tenha sido por isso que muitas candidaturas do PSDB nos estados tenham escondido a relação com a sua candidatura.

Serra não tem projeto.

Discursos vazios foram a tônica de sua participação no debate. Mesmo que, por vezes, plasticamente, ele parecesse ter mais conteúdo que Dilma, Serra nada mais é que uma embalagem vazia. Será porque ele quer continuar o projeto Lula ou porque esconde suas reais intenções? Fazer o Brasil voltar à era FHC, ou simplesmente a sedenta vontade de ser presidente do Brasil.

Por vezes Serra falou em fazer coisas que já existem. Exemplos disso são cursos para assistidos pelo Bolsa Família (veja aqui), ou Banco popular do Brasil (aqui) ou o Plano Nacional de Educação (clique aqui) que foi criado em 2000 ou mesmo o Pacto Nacional de Educação (clique aqui) inclusive assinado em Alagoas e até agora não cumprido pelo governador do PSDB, Téo Vilela (veja aqui).

A direita brasileira está tonta sem saber como se portar em relação ao governo Lula. Prova disso foram os apelos a baixaria durante a campanha eleitoral.

Neste debate ficou nítido quem realmente tem projetos pra o Brasil, quem tem visão de país desenvolvido com inclusão dos mais pobres. Essa pessoa é Dilma.

Dilma não só mostrou as ações do governo que ela ajudou a construir como vai fazer para ampliar essas ações e fazer o que faltou. Ficou claro seu compromisso com a educação e a inclusão social no Brasil. Quando o assunto foi sobre economia Dilma deu uma verdadeira aula de como fazer o Brasil crescer e incluir socialmente ao mesmo tempo. Acabou-se a máxima: “fazer o bolo crescer pra depois repartir”.

Ficou claro neste debate que Dilma não é nem nunca foi um “poste” como afirmava o PSDB, especialmente o anão do orçamento e presidente do PSDB (aqui), Sérgio Guerra.

De todo modo, os debates nunca conseguem contemplar de fato as apresentações de propostas dos candidatos. Em nenhuma esfera e quantidade de debatedores. Mas servem (pelo menos nos segundos turnos) para diferenciar projetos, isso se as diferenças forem realmente defendidas e não, como fez o Serra.

Dilma é uma cabeça pensante e brilhante. Domina como ninguém o funcionamento do Estado brasileiro. Se Dilma for um poste, Serra é uma lampadazinha de frigobar.




 *Leia esse artigo também em http://pjveras.blogspot.com/




Dilma lá!!!


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