terça-feira, 12 de julho de 2011

A UNE somos nós

Começa nessa semana o 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes – UNE. Com o tema “Educação tem que ser 10”, os estudantes brasileiros recolocam no centro do debate do movimento estudantil o financiamento em 10% do PIB brasileiro para a educação. E agora com o pré-sal este horizonte está mais próximo.

Outros temas também serão abordados como a abertura dos arquivos da ditadura militar no Brasil. A UNE foi uma das principais entidades a serem atacadas pelos militares. Só em 2007 a entidade recuperou o terreno de sua sede na Praia do Flamengo no Rio de Janeiro/RJ.

Tive a honra de participar da diretoria da UNE no biênio 2007 – 2009, tendo como presidente a estudante Lúcia Stumpf do Rio Grande do Sul.  

A UNE sempre esteve presente nas grandes lutas do povo brasileiro desde sua criação nos anos 30 do séc. XX. Não somente pautando a educação, mas também as liberdades democráticas e a construção de país mais justo e igualitário.

Há quem diga que hoje a UNE perdeu sua magia.

Será?


Falam que a UNE virou braço do governo federal a partir de Lula.

Que o papel da UNE é ser oposição aos governos.

Dois erros num só.

O papel da UNE é defender e formular políticas educacionais para o Brasil. Defender as liberdades democráticas nas universidades e fora delas. Se os governos tomam decisões em consonância com as posições da entidade, nada mais correto e justo politicamente que estes governos tenham o apoio da entidade. Qualquer que seja o governo e qualquer que seja a entidade.

Entidades da sociedade civil não existem apenas para fazer oposição!

Porém as mesmas não devem ser atreladas a nenhum governo ou partido, isto não quer dizer que não se possam ter militantes partidários participando dos espaços da entidade, de qualquer entidade.

A quem diga que os estudantes brasileiros é que “não querem mais nada com a vida”. Outro erro.

Não podemos comparar os períodos. Se nos tempos áureos, como dizem alguns, a UNE mobilizava centena de milhares contra o regime militar e esse é o período bom da entidade. Hoje o momento é outro. Não temos ditadura no Brasil e a geração atual é filha do neoliberalismo. Toda uma geração foi treinada a ser individualista, apolítica (se é que é possível), e negar toda a forma de mobilização e organização política (partidária ou mov. social).

O fato é que não conseguiram e nem vão conseguir destruir a vontade de transformação dos estudantes brasileiros. A UNE ainda está aí e continuará estando.

Como diz uma parte de seu hino: "A UNE somos nós"

Viva os estudantes brasileiros!

Viva a União Nacional dos Estudantes!


Confira a programação do 52º Congresso da UNE - clique aqui

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