quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A "isenção" do JN


Assistindo o “brilhante” Jornal Nacional ontem a forma como três matérias foram divulgadas me chamaram à atenção: sobre o número de empregos criados em julho de 2011; sobre a reunião dos líderes dos partidos e a liberação das emendas parlamentares e  sobre a postura de “independência” do PR perante o governo federal.

Sobre o número de empregos criados em julho deste ano ser menos que do ano passado, não tem nada demais. Primeiro por que ao todo no ano já foram criados 1,5 milhão de empregos formais; segundo porque à medida que vais e gerando empregos o número da demanda vai diminuindo. Portanto, os 140 mil em julho deste ano tem um impacto, talvez, maior, que os 180 mil de julho do ano passado. Afirmo talvez por não ter os dados de forma precisa.

Pra mim o que vale é o combito geral: 1,5 milhão de empregos em 2011. Se o governo Dilma mantiver essa média, em quatro anos vai gerar mais empregos que os oito anos do Lula. (clique aqui)

A “correção” do padrão Globo de jornalismo apresentou a matéria como se estivéssemos à beira de uma catástrofe.


Sobre a reunião de líderes acerca das emendas de do retorno à “paz” na bancada governista no Congresso. A “isenção” da Globo mostrou a matéria como se tal reunião fosse algo novo na cena política nacional. As emendas parlamentares foram criadas no governo FHC e de certo que criou-se vícios entre os parlamentares. Cada parlamentar virou um “mini-executivo”.

Mais uma prova da necessidade da reforma política que tire, ou ao menos diminua a característica personalista das eleições parlamentares no Brasil. Muitos partidos somente se comportam como partido na hora das emendas.

A relação parlamento / executivo também precisa ser revista. Senão tal dependência do parlamento e de seus vícios sempre será um entrave. Em qualquer governo.

E tem gente que defende majoritariedade nas eleições ao parlamento.

E sobre a saída do PR da base e sua nova postura de “independência” perante o governo federal. Que coisa horrenda! Nunca antes em um governo em qualquer parte da galáxia um partido jamais deixou de participar da base.

O PR e qualquer outro partido tem autonomia para definir seus rumos e sua saída do governo é sim algo natural na política.

Acho que quem perde mais é o PR. O PR é um partido novo que surge da junção do PL e do PRONA. Não tem lá essas expressões todas. Participando do governo teria mais chances de crescer politicamente.

E também, pelo menos pra mim, está bem claro que a saída se deve ao fato da postura da Dilma em relação às denúncias no Ministério dos Transportes.

Espero que o PR agora se comporte em torno de programa para o país e não na troca no varejo.

Política é também uma relação de troca. Não há por que negar isso. O problema são as bases dessa troca e o que, de fato, está se trocando.

Até agora o governo Dilma, mesmo com algumas nuances e contradições, normais em qualquer relação política ou não, está num bom caminho. As recentes pesquisas de opinião sobre seu governo mostram isso.

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