A
socióloga Sílvia Viana é doutora pela USP e autora do livro
“Rituais de sofrimento”. Procurada pela Veja para conceder uma
entrevista sobre o BBB 14, ela negou o pedido. Mas não foi um
simples não, foi uma aula, curta e rápida, do que é a “coisa
feita em papel couché”.
Leia
abaixo sua resposta à solicitação de Veja enviada por e-mail ao
jornalista encarregado da tarefa de convidá-la.
“Respondo
seu e-mail pelo respeito que tenho por sua profissão, bem como pela
compreensão das condições precárias às quais o trabalho do
jornalista está submetido. Contudo, considero a 'Veja' uma revista
muito mais que tendenciosa, considero-a torpe. Trata-se de uma
publicação que estimula o reacionarismo ressentido, paranoico e
feroz que temos visto se alastrar pela sociedade; uma revista que
aplaude o estado de exceção permanente, cada vez mais escancarado
em nossa “democracia”; uma revista que mente, distorce, inverte,
omite, acusa, julga, condena e pune quem não compartilha de suas
infâmias – e faz tudo isso descaradamente; por fim, uma revista
que desestimula o próprio pensamento ao ignorar a argumentação,
baseando suas suposições delirantes em meras ofensas.
Sendo
assim, qualquer forma de participação nessa publicação significa
a eliminação do debate (nesse caso, nem se poderia falar em
empobrecimento do debate, pois na 'Veja' a linguagem nasce morta) –
e isso ainda que a revista respeitasse a integridade das palavras de
seus entrevistados e opositores, coisa que não faz, exceto quando
tais palavras já tem a forma do vírus.
Dito
isso, minha resposta é: Preferiria não.
Atenciosamente,
Sílvia Viana”
Matou
ou não matou a pau?
Alguns petistas precisam ler esse artigo. Chega de dar trela à Veja.
ResponderExcluirTodos deveriam ler, Locatelli. Eu vou divulgar, compartilhar, abraços.
ResponderExcluirAssino em baixo o que disse a socióloga Silvia Viana.
ResponderExcluirNo final dos anos 80, assisti uma entrevista de uma jornalista da Veja. Betty Malfatti minha tia contraparente, cedeu a entrevista, sobre uma belíssima exposição de Annita Malfatti, em que algumas obras seriam vendidas, que pertenciam as cinco herdeiras juntas, eram obras para negociar mesmo, por conta da sobra de divisão das herdeiras. Simplesmente a Veja distorceu toda história, criando um escândalo em torno das herdeiras e a artista, que estariam se desfazendo e vendendo todas as obras de Annita a troco de caixa, inclusive desprestigiando valor de mercado e sofrendo perdas irreparáveis na ocasião, botando o nome de Annita Malfatti lá embaixo, contra todo peso histórico da artista, pois foi quem trouxe a arte moderna ao Brasil e por causa dela e em volta de suas obras, aconteceu o maior manifesto já visto, a Semana de Arte Moderna em 1922. Portanto não leio e nem acredito em nada publicado pela revista Veja. De fato é linguagem "Morta"! Se a Veja faz isto com Arte e Cultura, imagine política, sociologia etc.!!
Essa aí com certeza é PT, socialista comunista. Veja é a única revista que presta, que não tem medo de ninguém e fala a verdade, dura como ela é, doa a quem doer. Ao contrario do jornal UOL que tem rabo preso com o governo.
ResponderExcluirA Veja, em função de sua postura editorial, está cada vez mais parecida com a Globo. Uma com cada vez menos telespectadores, outra com cada vez menos leitores. Ainda bem que estamos numa democracia plena. Bem vindo a concorrência livre, também na imprensa!
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