segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

JHC dá zignal para não ter foto ao lado de Paulo Dantas no Palácio do Governo

JHC e Paulo Dantas (Fotos: Reprodução)

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL) – JHC – deu aquele zignal no governador Paulo Dantas (MDB) e não compareceu à reunião convocada em 8 de dezembro, no Palácio República dos Palmares, sede do Governo do Estado, para tratar das ações para mitigar os danos do rompimento da mina 18 da Braskem, que afundou na tarde de domingo, 10 de dezembro.

JHC não quer ser fotografado na “casa do adversário”, talvez para não passar a imagem de fraqueza ou dependência política e administrativa. Uma bobagem que possui ares de concretude para quem vive a política apenas sob a estética das redes sociais.


Após mais de uma hora do afundamento da mina 18, ocorrida às 14h15, o prefeito de Maceió anunciou o fato, já espalhado pelos aplicativos de mensagem e nas redes sociais. E anunciou uma antecipação da reunião do dia seguinte com o argumento de que “não dá para deixar pra amanhã o que precisa ser feito hoje”.

Paulo Dantas estava em reunião com o gabinete de crise do Governo do Estado e não se dirigiu à sede da Prefeitura de Maceió, mas enviou parte de seu secretariado. Entre eles, Victor Pereira, da Secretaria de Governo e homem forte na gestão do emedebista. Victor é tido como se fosse quase um segundo vice-governador.

Efetivamente, o que poderia ser feito na noite de domingo que daria para ser feito na manhã de segunda-feira? 

Para não comparecer à sede do Governo do Estado, JHC foi a Brasília. Ele divulgou que viajou à capital federal por convite de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, para “encontrar representantes do Governo Federal para trazer auxílio a Maceió”.

Mas JHC esteve em Brasília há poucos dias e se reuniu com representantes do Planalto. Inclusive, havia marcado com Geraldo Alckmin (PSB), então presidente da República em exercício porque Lula (PT) estava em viagem internacional. Mas o prefeito de Maceió não compareceu a essa reunião.

Se não havia a urgência para sentar com o presidente do Brasil dias atrás, então por que há agora?

Por falar em urgência em relação à mina 18 da Braskem, faltou esse espírito em setembro, quando a Defesa Civil de Maceió tomou conhecimento de que a mina poderia afundar. O órgão municipal informou aos ministérios públicos Federal e Estadual sobre a situação e estes disseram que para o Município informasse às pessoas até 13 de outubro sobre o caso.

A Prefeitura de Maceió argumentou avaliar a melhor forma de fazer isso para não criar pânico. Pois é, acabou que a notícia foi dada – caricaturamente, falando – da seguinte forma: corre que a mina vai colapsar às 16h48 do dia 29 (novembro). Isso no mesmo dia 29!

No final do mês de setembro, a Prefeitura de Maceió anunciou a compra do Hospital do Coração. O negócio veio repleto de questionamentos, principalmente pelo valor pago – R$ 266 milhões.

Em seguida, surge a notícia de que o prefeito queria comprar a área do Eco Park, antigo parque aquático abandonado no bairro da Serraria, parte alta de Maceió.

Uma verdadeira urgência para gastar os recursos da indenização paga pela Braskem ao Município de Maceió.

Acordo, aliás, também repleto de questionamentos. Desde o valor pago – R$ 1,7 bilhão –, já que a Prefeitura pleiteou R$ 10 bilhões, até a destinação desses recursos e a “quitação plena” de quaisquer dívidas da Braskem com a cidade de Maceió, mesmo os futuros. Sem contar da liberdade d euso das áreas afetadas pela mineradora.

A verdade é que JHC sentiu politicamente o afundamento da mina 18 da Braskem. Tanto que recuou e, após o governador Paulo Dantas – que também foi a Brasília – anunciar que a Advocacia-Geral da União (AGU) vem a Alagoas para tentar desfazer, ou redefinir, esse contrato entre o Município de Maceió e a mineradora, o prefeito afirmou querer rever o acordo que ele mesmo assinou.

O zignal que JHC deu – ou tentou dar – no governador, seja tentando antecipar uma reunião ou não comparecendo à marcada previamente, é sinal da labirintite política que a forma como tem lidado com a Braskem e o afundamento da mina 18 lhe causou.


ENTENDA MAIS


Os R$ 10 bi que podem manter JHC na prefeitura de Maceió

https://www.cadaminuto.com.br/noticia/2021/12/31/os-r-10-bi-que-podem-manter-jhc-na-prefeitura-de-maceio


Maceió compra 1º hospital com acordo da Braskem

https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/csa-brasil/maceio-compra-1o-hospital-com-r-266-milhoes-do-acordo-da-braskem


Prefeitura de Maceió quer comprar antigo Ecopark por R$ 15 milhões

https://folhadealagoas.com.br/2023/10/03/prefeitura-de-maceio-quer-comprar-antigo-ecopark-por-r-15-milhoes/


Maceió: Prefeitura sabia que área de risco crescia desde setembro, mostra ofício sigiloso

https://oglobo.globo.com/blogs/malu-gaspar/post/2023/12/maceio-prefeitura-sabia-que-area-de-risco-crescia-desde-setembro-mostra-oficio-sigiloso.ghtml






Um comentário:

  1. Esse JHC vendeu a população dos bairros afetados pela Braskem para a empresa

    ResponderExcluir

Coloque sua idéia, ponto de vista ou posicionamento. Afinal, toda discussão para contruir ideias é válida. Também pode discordar da opinião expressa no texto, mas sem ofender de qualquer forma que seja.

Caso algum comentário não se enquadre, será deletado. Também peço que assine.

Por isso, os comentários são moderados.

Forte abraço!

Cadu Amaral