sábado, 1 de setembro de 2012

Passando a limpo

Alagoas também vai entrar na ciranda de passar o período da ditadura militar a limpo. A Comissão Estadual da Verdade, cuja lei para sua criação é de autoria do deputado estadual Judson Cabral (PT), foi sancionada pelo governador essa semana. Agora é esperar a indicação dos nomes que devem ter relação com o movimento e Direitos Humanos e com reputação idônea. A comissão vai auxiliar a Comissão Nacional criada esse ano pela Presidenta Dilma.

A Comissão da Verdade, seja nacional ou estadual, não tem caráter punitivo. Mas pode convocar autoridades da época pra prestar esclarecimentos sobre as ações da ditadura militar.

Depois de quase 50 anos estamos começando a passar o país a limpo. Pelo menos esse período tão danoso para nossa formação enquanto país. Ficamos mais de vinte anos sem liberdade política, isso sem falar em outros períodos ditatoriais. Vivemos agora o maior período democrático da História brasileira, 26 anos.


A quantidade de lideranças políticas perdidas pela ditadura, pelas prisões mortes que aconteciam ou pelo medo de expor posicionamentos, é algo imensurável.

A política é a voz da democracia e se ela é criminalizada, então a democracia não consegue se estabilizar.

A ditadura criminalizava a política, assim como a grande imprensa faz hoje. Os métodos é que são diferentes.

Os males causados pela ditadura na política podemos perceber hoje. Como por exemplo, o personalismo ou o fato de muita gente querer entrar na política pra se locupletar.

É claro que existem outros fatores nisso, mas as interrupções em nosso processo de formações política enquanto povo, em especial o último período, os dos militares, são preponderantes.

Tem gente que é contra a criação dessas comissões, dizendo se tratar de revanchismo.

Duas coisas: falar de revanchismo na impunidade é fácil e revanchismo seria se a proposta fosse colocar no pau de arara os torturadores e generais da ditadura militar.

A esperança de centenas famílias em todo o país de poder finalmente dar um enterro digno a seus filhos e a expectativa de sabermos o que realmente acontecia nos chamados porões da ditadura, são mais do que motivos suficientes para a instalação e funcionamento dessas Comissões.

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