Alagoas
também vai entrar na ciranda de passar o período da ditadura
militar a limpo. A Comissão Estadual da Verdade, cuja lei para sua
criação é de autoria do deputado estadual Judson Cabral (PT), foi
sancionada pelo governador essa semana. Agora é esperar a indicação
dos nomes que devem ter relação com o movimento e Direitos Humanos
e com reputação idônea. A comissão vai auxiliar a Comissão
Nacional criada esse ano pela Presidenta Dilma.
A
Comissão da Verdade, seja nacional ou estadual, não tem caráter
punitivo. Mas pode convocar autoridades da época pra prestar
esclarecimentos sobre as ações da ditadura militar.
Depois de
quase 50 anos estamos começando a passar o país a limpo. Pelo menos
esse período tão danoso para nossa formação enquanto país.
Ficamos mais de vinte anos sem liberdade política, isso sem falar em
outros períodos ditatoriais. Vivemos agora o maior período
democrático da História brasileira, 26 anos.
A
quantidade de lideranças políticas perdidas pela ditadura, pelas
prisões mortes que aconteciam ou pelo medo de expor posicionamentos,
é algo imensurável.
A
política é a voz da democracia e se ela é criminalizada, então a
democracia não consegue se estabilizar.
A
ditadura criminalizava a política, assim como a grande imprensa faz
hoje. Os métodos é que são diferentes.
Os males
causados pela ditadura na política podemos perceber hoje. Como por
exemplo, o personalismo ou o fato de muita gente querer entrar na
política pra se locupletar.
É claro
que existem outros fatores nisso, mas as interrupções em nosso
processo de formações política enquanto povo, em especial o último
período, os dos militares, são preponderantes.
Tem gente
que é contra a criação dessas comissões, dizendo se tratar de
revanchismo.
Duas
coisas: falar de revanchismo na impunidade é fácil e revanchismo
seria se a proposta fosse colocar no pau de arara os torturadores e
generais da ditadura militar.
A
esperança de centenas famílias em todo o país de poder finalmente
dar um enterro digno a seus filhos e a expectativa de sabermos o que
realmente acontecia nos chamados porões da ditadura, são mais do
que motivos suficientes para a instalação e funcionamento dessas
Comissões.
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