Na
última sexta-feira, 08 de novembro, a Folha de S. Paulo publicou a seguinte
manchete: Prefeito sabia de tudo, diz
fiscal preso, em gravação. Trata-se de matéria sobre fraude no Imposto
Sobre Serviços (ISS) na prefeitura de São Paulo. O atual prefeito, Fernando
Haddad (PT) constituiu uma controladoria que descobriu um grande esquema de
desvios na gestão anterior de Gilberto Kassab (PSD).
Logo
de cara, ao esquema se tornar público, quatro fiscais foram presos. Um dos
suspeitos seria dono de um carro Porsche. O preço desses automóveis chega a 800
mil reais.
Ao
revelar o esquema milionário, prender suspeitos, submetê-los a inquérito e,
consequentemente, a julgamento, Haddad colocou o dedo na casa do maribondo. Pior,
fez tudo isso em cima de um esquema antigo, da gestão anterior que, é ligada a
José Serra (PSDB).
Kassab
foi o vice do Serra na prefeitura que renunciou para ser candidato a governador
de São Paulo em 2006. Em 2008, Kassab disputou contra Geraldo Alckmin do PSDB,
mas sem o apoio do então governador, Serra, que apoiou Kassab. Portanto,
atingir Kassab significa que fatalmente se atingirá Serra.
Mas
o que isso tem a ver com a Folha de S. Paulo e sua manchete de 08 de novembro
desse ano?
Qualquer
desavisado ao ler aquilo pensará se tratar de Fernando Haddad e não do
ex-prefeito Gilberto Kassab. A manchete honesta jornalisticamente seria: Kassab sabia de tudo, diz fiscal preso, em gravação.
Como mostrou bem, Ivan Freitas, autor da arte que ilustra esse texto.
A
Folha é o típico jornal feito para a elite paulistana. Fonte de inspiração do
Integralismo. Que odeia tudo o que tem viés popular. Apoiou a ditadura
civil-militar e, tenta agora a todo custo, envolver Haddad no esquema que seus
parceiros montaram.
Infelizmente
muita gente que não se enquadra no perfil da elite paulistana nutre por esse
veículo impresso respeito ou admiração. Postura oriunda no conceito comum do
que seria sucesso. Sucesso nas sociedades capitalistas é o seu aporte financeiro
e não o que você faz, ou como você faz.
Se
tem muito dinheiro ou, no caso, estrutura para ter o tamanho que tem – a Folha
circula nacionalmente – é por que é bom. Não se leva em conta como se chegou
até onde está. A única coisa mais ou menos na Folha de S. Paulo é o papel onde
ela é impressa. Igual em todos os outros jornais impressos.
Sobre
o caso dos fiscais da cidade de São Paulo, Fernando Haddad já afirmou que
ninguém está livre de ser investigado se assim for necessário. Mais um ponto
para ele.
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