Foi
aprovada na Câmara dos Deputados a proibição de propagandas eleitorais em
cartazes, pinturas e letreiros eletrônicos. Inclusive em propriedade particular
e nem mesmo o eleitor pode manifestar sua intenção de voto. A medida ainda
depende da aprovação do Senado e há dúvidas se já valerá para 2014.
Sob
o argumento de baratear e, segundo seus defensores no parlamento, dar mais
transparência aos gastos de campanha, o debate mais amplo, como o centro da
corrupção política no Brasil, o financiamento privado de campanhas, foi deixado
de lado.
Os
partidos que defenderam o debate mais amplo foram o PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB.
Mas foram derrotados por PMDB, PSDB, PR, PSD, DEM e PTB, principalmente. Essa medida,
além de não combater o peso do poder econômico nas campanhas eleitorais,
dificulta que candidatos menos conhecidos concorram ao pleito em condições de
igualdade.
Tentando
ser mais claro: se o candidato não é conhecido, provavelmente não terá grandes
recursos de campanha, continuará nessa condição – se não ad eternum, por muito tempo, pois além de ter dinheiro para se
apresentar ao eleitor, o mesmo não poderá contar com a colaboração de ninguém
para dar publicidade à sua candidatura.
Essa
medida não é somente inócua, vazia e não atinge o centro do debate obre as
eleições no país, mas tira o direito da livre manifestação. Se você quiser expor
sua preferência eleitoral não poderá fazê-lo. E o que virá depois? Vão voltar a
proibir as manifestações pela internet? “Bens particulares”, como está escrito no
texto aprovado, se estende para automóveis? Isso não passa de mordaça!
Ao
invés de se debater o peso do poder econômico no processo eleitoral que
transforma parlamentares em despachantes de grandes empresas – e sempre, sempre
com interesses antirrepublicanos, se proíbe o eleitor de se manifestar.
Ao
invés de debater as formas de votar para o parlamento no Brasil, como o voto em
lista ou misto ou distrital; duração de mandatos de executivo e senadores
preferiram impedir você de dizer em que prefere votar e, consequentemente em
quem você gostaria que as pessoas votassem.
Está
aí mais uma prova de que quem foi – ou é – contra o plebiscito para a reforma
política, é na verdade, contra a própria reforma. Quer manter o status quo vigente. Quer que a política
seja prática de “iluminados” e de quem “bala na agulha”, obviamente. Consolidando
ainda mais a influência das grandes corporações e das elites. O Estado apenas
para servir a quem foi “designado por Deus”, diriam na Idade Média. Se não se
usam mais frases como essas, os valores continuam os mesmos.
Um comentário:
Que ABSURDO!! Nessas horas entendemos como ocorrem os levantes populares e revoluções...
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