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Bolsonaro e o príncipe Mohamed bin Zayed, em 2021 (Foto: Alan Santos/PR) |
O capitão fujão Jair Bolsonaro deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos antes mesmo de seu mandato como presidente da República terminar, em 30 dezembro, abandonando um amontoado de patriotários em frente a quartéis do Exército espalhados pelo país.
Mas, desta vez, para onde ele vai?
No dia 5 de janeiro, a revista Isto é, na coluna do Mazzini, traz a informação de que os planos de Bolsonaro é de fugir novamente, desta vez para a Itália.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro não quer voltar ao Brasil. A fuga vergonhosa para a cidade norte-americana de Orlando, na Flórida, é apenas parte de um plano de proteção contra eventual prisão. O assunto ainda é tratado sigilosamente: toda a família (ele, a esposa e uma filha menor) pede a celeridade à Embaixada da Itália em Brasília para a emissão da cidadania italiana para o clã Bolsonaro, principalmente para o ex-presidente”, pontua. “O plano de fuga de Bolsonaro está traçado: Nos Estados Unidos, ele consegue se esconder por um tempo e driblar a Justiça brasileira, mas corre risco de o FBI e a PF baterem à sua porta e voltar algemado para o Brasil em caso de eventual mandado. Mas, se for para Roma a tempo, com cidadania, ele não volta mais, em razão de o país europeu não ter tratado de extradição”, completa Mazzini.
O fato de a família Bolsonaro ter dado entrada de pedido de cidadania junto à embaixada italiana veio à tona ainda em novembro de 2022.
A Itália tem acordo de extradição com o Brasil, mas isso não é absoluto. Por exemplo, brasileiros não são extraditados para aquele país, como foi o caso do jogador Robinho, condenado por estupro na Itália. Robinho só seria levado caso fosse italiano. Talvez daí venha o interesse dos bolsonaros em pedir a cidadania e alegar serem italianos e não poderiam ser extraditados ao Brasil em caso de condenação judicial.
Não estou dizendo em isso se dá assim em caso de dupla cidadania, apenas aponto que este pode ter sido o raciocínio dos bolsonaros.
Outro fator que ajudaria os bolsonaros a irem à Itália é o fato de que a extrema-direita de lá venceu as últimas eleições e indicou como primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido Fratelli d'Italia. A legenda é considerada neofascista e herdeira de uma organização chamada Movimento Social Italiano (MSI), surgido após a Segunda Guerra Mundial para fazer propaganda do neofascismo.
A Itália não mandou representação para a posse Lula em 1º de janeiro deste ano.
Contudo, há outro país no qual eles podem fugir: Emirados Árabes.
Os Emirados Árabes não possuem acordo de extradição com o Brasil e os bolsonaros andaram estreitando relações com a família real de lá.
Em novembro de 2021, Jair Bolsonaro foi até aos Emirados Árabes. Em dezembro, entregou ao Fundo Mubadala a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, por US$ 1,8 bilhão – R$ 10,1 bilhões. Valor muito abaixo, segundo estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que mostrou valor de mercado entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões.
Nesse intervalo, Bolsonaro concedeu o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao sheik Mansour bin Zayed Al–Nahyan, da família real de Abu Dhabi. Essa honraria é a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.
No final de 2022, Eduardo Bolsonaro foi à Copa do Mundo no Qatar e, como filho do presidente da República, ficou nos espaços VIPs do evento. O mesmo onde estavam autoridades políticas dos países que lá foram. Emirados Árabes e Qatar são separados por cerca de 500 km.
Vale o detalhe da desculpa mais esfarrapada do ano passado. Eduardo Bolsonaro disse ter ido ao Qatar para “levar pendrives sobre a situação do Brasil”.
Mas então, para onde Bolsonaro fugirá?
Afirmar, afirmar, eu não posso. Não tenho elementos, mas minha aposta é a de que ele vai para os Emirados Árabes, por tudo que citei acima. Mas também há outro elemento que me faz crer nesse plano de fuga.
Felipe Pena é jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ainda em 29 de setembro de 2022, ele obteve de fontes no Itamaraty o roteiro do plano de fuga de Bolsonaro e até a referência: a fuga de Fujimori do Peru.
Abaixo, reproduzo o que Felipe Pena expôs em seu perfil no Twitter.
“Bolsonaro prepara OPERAÇÃO FUJIMORI
Siga o fio;
1. O presidente acredita que será preso quando acabar o mandato.
2. Por isso, prepara uma fuga do país há mais de um ano.
3. Segundo duas fontes do Itamaraty ligadas ao mundo árabe, o país escolhido foi os Emirados Árabes.
4. A escolha tem dois motivos básicos.
5. O primeiro é que os Emirados não têm tratado de extradição com o Brasil.
6. O segundo motivo é a proximidade do clã Bolsonaro com o emir de Dubai.
7. Essa proximidade foi construída com a ajuda de um ex-lutador brasileiro que mora em NY.
8. O lutador prestou serviços à família do emir e goza de grande prestígio no país. Tem, inclusive, propriedades que seriam usadas pelo clã Bolsonaro.
9. Segundo as fontes do Itamaraty, as visitas dos Bolsonaros ao país árabe tiveram o objetivo de viabilizar a OPERAÇÃO FUJIMORI.
10. A operação, inclusive, tem esse nome porque imita o que o ex-presidente peruano fez dias antes de perder o mandato.
11. Fujimori fugiu para o Japão no avião presidencial e pediu asilo.
12. Bolsonaro faria o mesmo e ainda levaria um grupo com ele.
13. Ainda segundo as mesmas fontes, os detalhes da OPERAÇÃO FUJIMORI foram concluídos na viagem de Bolsonaro aos Emirados Árabes em novembro de 2021.
14. Dois meses antes, em setembro, Bolsonaro esteve em NY com o ex-lutador que fez a mediação com a família do Emir.
15. O assunto voltou a ser discutido agora por causa da proximidade das eleições e pela percepção de que a derrota é inevitável.
16. As fontes do Itamaraty já informaram a autoridades judiciárias o que ouviram sobre esse plano.
17. Por motivos óbvios, o caso segue em sigilo.”
(Se desejar ver o fio de Felipe Pena, clique aqui)
Seja para a Itália ou para os Emirados Árabes, Bolsonaro, se não for preso, passará o resto da vida em fuga.
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