quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pronunciamento do governador Téo Vilela sobre a greve dos médicos


Intégra do pronunciamento do Governador Téo Vilela sobre a greve dos médicos.


“Aos médicos, servidores públicos do Estado de Alagoas.

Quero me dirigir a cada um de vocês que serve ao nosso povo, dedicando seu trabalho e suas emoções para prestar um serviço de saúde digno à população. Vivemos um momento muito triste para todo o Estado de Alagoas. O fato de haver um falecimento supostamente por falta de atendimento médico, nos deixa a todos chocados com esta violência contra a cidadania.

A justiça, por reiteradas vezes, considerou ilegal esta greve, e mais que isso: responsabilizou o Sindicato e os médicos, civil e criminalmente.

A greve dos médicos ultrapassa a busca de aumento salarial. Transformou-se numa greve política, instigada contra o Governo pelo Sindicato dos Médicos, que infelizmente não consegue responder por que, nos últimos 8 anos, apesar de não ter conseguido os aumentos pretendidos pela categoria, em momento algum entrou em greve.

Agora, nos primeiros passos de um governo que elegeu a transparência econômica como uma das suas metas, incitou a tão laboriosa classe a iniciar uma greve que, por um erro estratégico, ao invés de atingir o Governo está atingindo o cidadão pobre, e agora podendo provocar até a perda de vidas.

Não é comum a transparência que estamos dando aos números do Governo, e espero sinceramente que isso se torne um saudável costume nesta terra.

Ao contrário de gente que instiga a categoria médica, quero dizer que todo o Governo, na figura dos seus secretários e do próprio Governador, tem a clareza dos direitos e da necessidade de melhores ganhos para os médicos. Quando o Governo diz "não" a um pedido de aumento salarial, não se move por nenhum ressentimento, por vontade de fazer o mal, ou pelo prazer de negar. Age com a consciência da impossibilidade de conceder esses aumentos.

Infelizmente para nós servidores, vivemos e trabalhamos num Estado pobre, o mais pobre da Federação. Mas é o Estado que amamos e escolhemos para viver.

Governos, no passado, fugiram da sua responsabilidade, dando aumentos para algumas categorias, esquecendo outras, para serem pagos por Governos posteriores. Mas foram esses aumentos concedidos para agradar politicamente que também levaram Alagoas ao estado de penúria e endividamento em que se encontra.

Nos recusamos a repetir erros do passado. Tenho a minha consciência tranqüila para pedir aos médicos, meus conterrâneos, que não se deixem levar por questões emocionais ou por interesses políticos, que passam muito longe das necessidades da população mais pobre desse Estado. Uma greve só pode ser considerada justa ou ética quando existem recursos para pagar o que o trabalhador pede. O que não é o caso neste momento. Nas circunstâncias atuais, a concessão de um aumento superior aos 5% oferecidos à categoria é absolutamente impossível.

Sei o quanto é ruim para todos nós o estágio que essa greve alcançou. Quero, do fundo do coração, pedir humildemente que voltem ao trabalho, evitando, caso isso não aconteça, a indesejável decretação do estado de emergência e as conseqüências severas previstas nas decisões judiciais, inclusive no campo criminal.

Como Governador de todos os alagoanos quero lembrar que este Governo vem cortando os gastos com servidores fantasmas e outras mazelas que sangram os cofres públicos. Com isso pretendemos, num futuro próximo, melhorar a condição financeira do Estado. E assim atender as legítimas reivindicações dos servidores.

Reitero o respeito que todo o Governo tem pela categoria médica. Sei que os ataques pessoais, feitos por dirigentes sindicais, não refletem o pensamento dos médicos da minha terra. Quero, portanto, pedir aos médicos que retornem imediatamente ao trabalho. A saúde dos alagoanos não pode esperar. Juntos vamos construir, com respeito mútuo, a solução final”.


Será?

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