quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Universidade Latino-americana

Deu na Folha On Line...

Governo propõe criar a Universidade Federal da América Latina


ÂNGELA PINHO da Folha de S.Paulo, em Brasília


O governo federal quer criar uma universidade pública com metade das vagas reservadas a estudantes de outros países da América Latina. A idéia é aprovar o projeto de lei que institui a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) a tempo de ter a primeira turma no início de 2009. O texto preliminar, segundo Hélgio Trindade, coordenador do projeto, já está pronto para ser enviado ao Congresso.


O projeto da Unila se insere na diplomacia "Sul-Sul" do governo Lula, com mais atenção a países em desenvolvimento. "Se nós quisermos integrar a América Latina, temos que formar quadros para desempenhar os avanços nessa direção", diz Trindade.


Já o ex-ministro da Educação do governo Fernando Henrique e deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) discorda da proposta. "Não vejo necessidade. Já temos um sistema melhor que esse", afirma, referindo-se à possibilidade que, hoje, estrangeiros têm de estudar no Brasil mediante convênios entre universidades.


Os cursos da nova instituição ainda não foram definidos, mas a proposta é que tenham foco na "integração da América Latina", em áreas como relações internacionais, ciência política, línguas, tecnologia e meio ambiente, entre outras.


Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, o campus da Unila ficará em Foz do Iguaçu (PR), na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, num terreno de 43 hectares cedido pela estatal Itaipu binacional. Deverão ser usados imóveis construídos na época da instalação da usina, em 1973.


A proposta prevê um vestibular em português para brasileiros e outro em espanhol para os estrangeiros, que será aplicado por universidades de outros países. A prova não poderá abordar temas relativos só ao Brasil --em vez de literatura e história brasileiras, por exemplo, haverá literatura e história da América Latina.


A instituição, conforme o MEC, deve ter 10 mil vagas entre cursos de graduação, mestrado e doutorado e 500 professores. As aulas serão ministradas em português e espanhol, já que metade do corpo docente será de profissionais de instituições de outros países.

Segundo o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Augusto Moreira Júnior, que participa da elaboração do projeto, o governo chegou a cogitar fazer a universidade em parceria com outros países, mas a idéia não vingou.

Trindade contou que os ministros discutiram a criação de um Espaço de Educação Superior do Mercosul, que ainda não tem formato definido.

Além da Unila, o presidente Lula deve inaugurar neste ano outras duas federais: a Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará), com sede em Santarém, e outra com unidades na região oeste de Santa Catarina, norte do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná.

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