terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Pré-sal e a raiva da oposição

Ontem o presidente Lula ao lado da ministra Dilma Roussef e do ministro Edison Lobão anunciaram o marco regulatório do Pré-sal. O pré-sal é uma camada de petróleo abaixo de uma camada de sal no sub-solo do litoral brasileiro na região sudeste. Ele fica a mais ou menos 7 mil metros de profundidade.

A quantidade de óleo do Pré-sal nos garante algo em torno de 40 anos com petróleo à vontade.

A idéia do governo federal é criar um fundo social e investir em educação, saúde e tecnologia prioritariamente, mas olutras áereas também serão atendidas pelos "petrorreais". Inclusive investimentos na área de meio-ambiente. É extremamente necessário que se invista em outras matrizes energéticas além do petróleo.



O fundamental disso tudo é a capacidade do governo Lula em pensar políticas de Estado (pode atér ser menos do que gostaria, mas é muito mais do que já tivemos antes).

A oposição está de cabelos em pé com mais essa de Lula. Ontem os tele-jornais e os "arautos" da moralidade passaram todo o seu tempo arrumando argumentos que desacreditassem este momento ímpar para nós.

O que eles querem mesmo é entregar mais esse patrimônio do povo para o setor privado, coisa alías que o Serra já falou que faria.

Eles não suportam a idéia da Petrobrás ter pelo menos 30% de participação em todas as áreas do Pré-sal. Das possíveis concessões de exploração terem uma simples regra básica: Ganha a licitação quem der mais petróleo para a União. Ou seja, quem quiser lucrar menos. E mesmo assim não se tem nada certo de concessões de exploração no Pré-sal.

Eles não suportam a idéioa de que surge mais uma fonte de riqueza para investimentos em áreas estrategicas para o nosso desenvolvimento; educação, saúde, tecnologia...

Acho que o que mais incomoda é fato de Lula ser que nem "massa de pão". Quanto mais se bate, mais cresce.

Ontem Lula disse: "Olho para trás e vejo que há algo em comum em todos esses momentos, algo que unifica e dá sentido a essa caminhada, algo que nos trouxe até aqui e ao dia de hoje: é, sinceramente, a capacidade do Povo brasileiro de acreditar em si mesmo e no nosso País. Foi em meio à descrença de tantos que querem falar em seu nome… O Povo – principalmente ao povo – devemos esse momento atual."

Outra fonte da raiva da direita brasileira é a inabálavel ligação de Lula com o povo.

Ah se ele tivessem conseguido privatizer toda a Petrobrás, se tivessem transformado em Petrobrax(?). Esse com certeza é mais um motivo de sua raiva doentia que assuta até o Zé do Caixão.

A essa tentativa Lula disse ontem: "Benditos amigos e companheiros do dinossauro, que sobreviveu à extinção, deu a volta por cima, mostrou o seu valor. E descobriu o pré-sal – patrimônio da União, riqueza do Brasil e passaporte para o nosso futuro."

Pra terminar reproduzo o chamamento de Lula ao povo brasileiro: "Estou seguro também de que o povo brasileiro entrará de corpo e alma nesse debate tão importante para o destino do Brasil e para o futuro dos nossos filhos. Por isso mesmo, quero convocar cada brasileiro e cada brasileira a participar desse grande debate. Trabalhadores, donas de casa, lavradores, empresários, intelectuais, cientistas, estudantes, servidores públicos, todos podem e devem contribuir para que tomemos as melhores decisões."

4 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Lula disse ontem que a escoberta da camada pré-sal no litoral brasileiro é uma "dádiva de Deus, um bilhete premiado".
Para o Brasil ter acesso a essa dádiva divina vai ter que colocar dinheiro nela. E aí é que está o problema. O governo anunciou uma mega capitalização na Petrobrás, mas com dinheiro público. Segundo a Folha: Vai injetar R$ 100 bilhões, o que deverá justamente ampliar a participação estatal na empresa -o governo hoje tem o controle acionário da estatal, mas não tem a maioria das ações.
E a Petrobrás está envolvida em nebulosas doações sem critérios, inclusive para pessoas que estão sentadas ao lado do presidente Lula. Em outras palavras, o governo não abre a caixa de Pandora da Petrobrás e quer ainda jogar nela mais recursos públicos.
A Petrobrás tem que ser uma empresa de governança corporativa. Uma empresa do novo século XXI. Mas tem gente que quer ver a Petrobrás monopolista e totalmente estatal controlada pelos donos do poder: os políticos brasileiros que - parece - não têm nenhum compromisso com a transparência.
É essa a Petrobrás que nós queremos?
Impossível ser contra o pré-sal. Impossível ser contra o fundo social que vai irrigar recursos para a educação e saúde. O que todos queremos é que o pré-sal financie a construção de nossa infra-estrutura e tenha papel importante na inclusão social. Esse é o típico interesse de todos. Não pode existir divergência em relação a esse fundo social e que deve estar além da ideologia e dos interesses partidários. Trata-se de questão absolutamente técnica: se extrai petróleo, se vende o produto e a receita se aplica nos fundos sociais. Tudo muito simples e fácil se não fosse nossa complicada e pouco transparente politicagem.
E por quê discutir assunto dessa importância em prazo tão estreito? Por que só 90 dias? Por que não mais? Claro, o governo Lula, com sede de continuar no poder, quer - of course - ganhar em cima da dádiva divina. Ele quer fazer a regra do jogo agora, evitando o embate eleitoral e capitalizar nas urnas o tal do "bilhete premiado".

Bernardo Cotrim disse...

Numa boa, a problematização do amigo acima não é séria. Deve ser excesso de leitura dos editoriais da Folha e do Globo.
A Petrobras receberá uma injeção de capital, ampliando a participação do governo no controle da empresa. Isso é ruim? O amigo não leu a pesquisa do IPEA que atestou que a produtividade do setor público é maior que a do privado? Ou vc, iludido com a cantilena neoliberal, acha que as reservas do pré-sal devem ser exploradas pela Texaco?
Outro equívoco é o argumento de "método", que o governo "corre" pra aprovar os critérios de exploração. Corre? A polêmica aqui é de mérito: todo mundo que reclama de "pressa" defende maior abertura para a iniciativa privada. Estamos falando de recursos naturais encontrados em (sub)solo brasileiro. Nada mais coerente do que reforçar o controle público sobre as nossas reservas. Prorrogar a decisão só interessa aos privatistas de plantão.
Por último: tô de saco cheio desse debate torto que contrapõe um Lula "sedento de poder" e uma oposição "republicana". Vem cá, o PSDB/DEM querer ganhar as eleições de 2010 é legítimo, não? Então porque carece de legitimidade a aspiração do PT e de Lula de prosseguir o curso do projeto em andamento desde 2003? Vamos tratar a disputa como ela é: existem dois pólos opostos na política brasileira, que vão se enfrentar em 2010 mais uma vez. E neste embate, o povo irá decidir se quer a manutenção de um governo petista, ou se tem saudade dos 8 anos de FHC. E é esta polarização que assusta a direita, que faz malabarismos incríveis pra escamotear a questão de fundo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Injenção de capital é muito bom, mas injenção de capital exclusivamente público, para alimentar os interesses estatistas ( e portanto pouco transparentes e distante do que se almeja a uma empresa moderna do século XXI, com governança corporativa, função social e respeito ao meio ambiente) é ruim para o povo brasileiro, porque retira recursos vultosos que deveriam ser aplicados em áreas de grande importância social.

Cadu Amaral disse...

Tem que ser investimento público mesmo. Só poderemos sonhar em ter retorno do Pré-sal. Retorono pra investimento em eduacação, saúde, tecnologia e outras aéreas de importância para o país e o nosso povo. Será que as empresas privadas estarão algum preocupadas com o meio-ambiente?

Na última crise do capitalismo, foi ao Estado (atrasado, arcaico e sugador das vidas humanas) que os capitalistas recorreram para salvá-los.

A Petrobras é empresa pública (pena que não totalmente) e é com verba pública que ela deve ser gerida e nossas riquezas naturais também.

Estado moderno hoje em dia, é Estado que investe no seu povo e não deixa as riquezas nacionais nas mãos de lacaios das multinacionais e do mercado financeira sugador do sangue popular.