Em São
Paulo somente neste ano, já ocorreram 69 incêndios em favelas, de
2005 pra cá, 849. Em Alagoas, temos o maior índice de mortes por
cem mil habitantes do país. Maceió é capital mais violenta e a
segunda cidade do estado, Arapiraca, está entre mais violentas do
Brasil. Em ambos os casos, quem sofre são os mais pobres. Ao invés
de políticas públicas para erradicar a pobreza, os dois estados
governados pelo PSDB, erradicam os pobres, as pessoas pobres.
Com
situações econômicas distintas, a forma dessa “higienização”
varia. Conforme declaração de José Carlos de Freitas, promotor de
Habitação e Urbanismo da cidade de São Paulo à CartaCapital
nº 716 “a maioria dos incêndios ocorre em comunidades que estão
no caminho de alguma obra pública ou um uma região de interesse do
mercado imobiliário”. Estão fazendo churrasco de gente,
literalmente.
Aqui em
Alagoas, as coisas se dão com a ausência completa do Estado. Seja
na educação com as escolas estaduais caindo aos pedaços, a
Universidade estadual e o Instituto Médico Legal – IML em greve.
Enquanto o governador, em plena campanha eleitoral, inaugurava no último dia 22, 25km de
rodovia que durou aproximadamente dois anos para ficarem prontos, depois da façanha
de em 10 dias, replantar 09 hectares de mangue, conforme matéria do jornal Gazeta de Alagoas de 12 de setembro – exigência para a
execução da obra na AL 101 sul – dezenas de famílias não
conseguem enterrar seus mortos, vítimas de assassinatos por conta da
situação precária do IML e os péssimos salários que levaram os
médicos legistas a deflagrar greve, ou milhares de estudantes estão sem aulas. Seja na rede estudual de ensino básico, seja na Universidade Estadual - UNEAL.
Para
construir a estrada que segundo o governo tucano de Alagoas vai levar
desenvolvimento à região de veraneio das elites e da tradicional
classe média, centenas de famílias da comunidade Jacaré tiveram que ser
deslocadas, porém as obras das casas ainda
não estão prontas. E se fossem as casa de veraneio na Barra de São Miguel?
Tudo pelo
desenvolvimento. Inclusive se livrar de pobre.
O PSDB
quando governava o Brasil promoveu o maior desmonte do Estado
brasileiro. Com sua privataria não só entregou a preços abaixos
dos das bananas ao setor privados estatais como a Vale do Rio Doce,
as teles e parte da Petrobras, como ainda deu troco. O pagamento dos
leilões foram feitos com dinheiro público, ou seja, nós pagamos
para comprarem. É tão ridículo que é difícil entender.
Diminuir o Estado em países com extrema desigualdade como era nosso caso nos anos 90, significa aumentar ainda mais tal característica. Lei do mercado = lei do mais forte.
Em
Alagoas o primeiro ato do Téo ao ser eleito foi o decreto 3555/07
que retirou todos os direitos dos trabalhadores conquistados no
governo anterior, tivemos aqui um greve geral.
Se não
tem Estado regulando as contradições provocadas pela
sociedade capitalista, intervindo para diminui-las, materializa-se o salve-se
quem puder, materializa-se o caos.
É claro
que em valendo a lei do mais forte pura e simplesmente, os mais ricos vão,
em alguns casos literalmente, esmagar só mais pobres.
Conversando com uma liderança comunitária do bairro do Vergel, soube
que antes de uma atividade campanha do candidato tucano à prefeitura
de Maceió, imenso o aparato de segurança do Estado passara pelo
bairro. “Tinham helicópteros, soldados armados com fuzil, não sei
quantos carros. Pensei que estavam atrás de alguém, é comum esse
tipo de operação quando se está 'à caça' de algum marginal, mas
não era nada disso”.
Meia hora
depois chegava a comitiva de Rui Palmeira. “Era só para garantir a
segurança dele”, me disse indignado, “nosso dinheiro para a
segurança do candidato tucano”.
Enquanto
isso os pobres alagoanos morrem aos montes e esta situação parece
não ter solução. Pelo menos não pelas mãos açucaradas do PSDB alagoano.
Em
Alagoas e em São Paulo, sob a governança tucana, uma “higienização”
ocorre nas periferias e favelas das capitais. É esse o choque de
gestão e o jeito tucano de governar.
#VejaMente
Parece
mais cantiga de grilo de tanto repeteco, mas não dá para não
mostrar aqui mais um aprova do antijornalismo de Veja, a revista mais
vendida no país e parte central da autoproclamada grande imprensa.
Na edição da entrevista entrevista sem fita de Marcos Valério, uma
nota afirmava que o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello
redigindo um manisfesto em defesa dos réus do julgamento da Ação
Penal 470, suposto “mensalão”. O jurista lançou nota desmentido
a “revista”. Leia aqui
Outra
desmentida foi a dos por vezes herói, por vezes vilão, Roberto
Jeferson. Jeferson desmentiu a revista que teria dito que o próprio
assumiu ter “vendido” o PTB para apoiar o primeiro governo do
ex-presidente Lula. Leia aqui
Como
já disse outras vezes, Veja não é mais uma revista, é uma coisa
feita em papel couché.
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