domingo, 4 de novembro de 2012

ENEM: leu na Veja azar o seu

A revista Veja promoveu fraude durante os dois dias de realização do ENEM. Via Twitter, estimulou que estudantes de todo o país publicassem fotos das provas e cartões de resposta. Mais de 60 pessoas responderam positivamente ao esquema do semanário de Roberto Civita e acabaram sendo desclassificados do exame.

Este é apenas mais um dos muitos ataques dessa coisa feita em papel couché contra o povo brasileiro.

Primeiro porque o ENEM é um concurso público e fraudar concurso público é crime. E portar equipamento eletrônico durante a realização de provas de concurso público não é permitido.

Discordar do sistema do ENEM é um direito de qualquer um, mas estimular fraude a um concurso público, não.

Em outros momentos foi o Grupo Folha, da Folha de São Paulo, através de sua gráfica – vencedora de licitação para imprimir as provas do ENEM – que fraudou o exame ao vazar a prova antes de sua realização.

Agora é Veja que atenta contra o ENEM.

E por quê de toda essa dedicação em destruir o Exame?

O ENEM é um sucesso. Em 2012 aproximadamente 6 milhões de estudantes realizaram a prova. Ele dá mais equilíbrio na disputa por uma vaga e unifica o país em termos de acesso à universidade. Destruiu a lógica dos cursinhos pré-vestibulares e dá mais ênfase a conhecimentos gerais e de atualidades.


Mesmo não sendo um sistema de ingresso perfeito – e isso não existe – o ENEM só não é melhor que o livre acesso à universidade. Infelizmente, essa é uma realidade ainda distante de nós.

Este sentimento em relação ao ENEM reflete o sentimento das elites nacionais, ecoado pela grande imprensa e seus papagaios espalhados Brasil afora. É o sentimento de ódio de classe aos trabalhadores e filhos do povo que agora podem estudar em uma universidade.

É claro que a disparidade social nas instituições de ensino superior ainda é grande, mas em descenso. Quer queiram ou não; quer gostem ou não a elite branca do país.

Não basta Veja usar sua condição de imprensa para chantagear membros de estatais a mando do bicheiro Cachoeira; não basta boatar – com a anuência de um ministro do STF – que Lula tentou intervir no julgamento do chamado “mensalão”; não basta publicar e requentar entrevista sem fita; e agora estímulo a fraude em concurso público.

O que Veja fez não atinge somente àqueles que publicaram fotos do exame, atinge a todos os brasileiros. O ENEM é uma forma de ingresso em universidades, públicas e privadas.

Todos os contratos da editora Abril com órgãos públicos deveriam ser revogados. Seus ataques contra a democracia e o Estado são claros como água potável em copo de cristal.

Quando você pensa que já viu tudo que Veja poderia fazer, ela se supera.

A coisa boa – se é que tem - disso tudo é que de mais ou menos 6 milhões de participantes, apenas pouco mais de 60 seguiram a publicação criminosa.

O ENEM é mesmo um sucesso e se aperfeiçoa a cada ano.

O Ministério Público não vai mover uma ação contra Veja. Isso é mais que certo. Com esse MP que temos no Brasil, mais fácil boi voar.

O que falta para esta a coisa feita em papel couché responder na Justiça por seus crimes?

Acho que falta é poder ao Poder Judiciário.


9 comentários:

Camila disse...

Cadu, aonde que o enem "destruiu a lógica dos cursinhos pré-vestibulares"?
Não sei se você chegou a cursar algum para chegar à essa conclusão, mas não creio que tenha entendido a REAL "lógica" dos cursinhos.

Cadu Amaral disse...

Carissíma, os cursinhos sempre detiveram "os caminhos da spedras" para o ingrsso na universidade. O chamado "bizu". Em aulas com centenas, até mesmo milhares de pessoas respostas de questões eram passadas. O bom cursinho era o que mais acertava as questões que iriam cair na prova. Isso era possivel porque os institutos elaboradores divulgavam suas questões e não a renivavam, como a FGV, por exemplo. Eu fiz vestibular assim e até o ENEM, todos também assim faziam. É essa a lógica a que me refiro. E Não é a toa que os cursinhos são contra o ENEM como forma de ingresso à universidade.

Marco Antonio Osório da Costa disse...

Em que país a Camila vive?
Os cursinhos sempre foram uma fábrica de dinheiro, apoiada nas vulnerabilidades do sistema de ensino.
Isso, infelizmente ainda continua.
Mas o outro pilar é justamente o apontado pelo Cadu: a "passagem" das questões que cairiam nas provas, o que, pra variar, também favorecia os mais abastados que, até nos cursinhos, se diferenciavam dos demais.
Ou você desconhece que, também entre os cursinhos, há distinção de custos, o que mais uma vez favorece os privilegiados de sempre?

Pedro disse...

Eu ainda acho que o foco deveria ser a podridão do Ato dessa revista e não a questão dos cursinhos, revista tosca, sem conteúdo, manipuladora e agora ainda tenta realizar boicotes. Ridículo !

Josué Barros disse...

Pelo contrário, na minha análise o ENEM ajudou com a lógica dos cursinhos. Quanto mais difícil é entrar na faculdade, mais alunos terão os cursinhos. O cursinho é alimentado por pessoas que pretendem estudar medicina, direito, etc, cursos concorridos. Cursinho que ganha dinheiro nunca foi alimentado por pessoas que queiram passar em cursos menos concorridos, a realidade é essa.
Agora o aluno concorre com o Brasil todo pra uma vaga, vide a invasão de alunos de fora no curso de medicina no ENEM do ano passado. Ou seja, a lógica continua a mesma e os cursinhos continuam cheios.

Eleanor Rigby disse...

O ENEM tem se mostrado o instrumento mais justo para o ingresso nas bos faculdades. Como esse ano não houve nenhum tipo de problema pré-ENEM, parece que a (NÃO)Veja resolveu melar o exame no dia mesmo. O MP pode não fazer nada, mas o acontecido é crime federal, a PF tem a obrigação de averiguar. E, se houver algum neurônio ainda nos otários que postaram as fotos, um processo individual contra a revista não faria mal nenhum não é mesmo. Aliás Camila, você mora no planeta Terra mesmo?

Beatriz S disse...

Eu vi quando esse menino postou a foto. As tags eram #enem #desanima e #letsgo. Não defendendo a Veja, que realmente é uma desgraça mas as pessoas que postaram fizeram isso por burrice/inocência. Tem o costume de compartilhar tudo, ai acharam "normal" compartilhar a prova. Nenhuma foto qur eu vi tinha a tag #VejaNoEnem.

Hudson Moraes disse...

Cara, que post mais idiota!
Qualquer pessoa com dois neurônios no cérebro consegue entender que a Veja não pediu para imbecil nenhum tirar foto da própria prova! Pelamordedeus, é muita vontade de ser contra!

Cadu Amaral disse...

Tirar foto do Enem é tirar foto da prova. Enem é um exame.

"Vontade de ser contra" tem Veja e seus seguidores. São contra o povo, a redução da pobreza, a democratização da comunicação, contra a democracia, contra o maior acesso à educação e por aí vai...