Qual o
critério para se tornar santo? Pode um santo ou candidato a um, agir
à margem da lei? Corporações podem ter o status de santidade? Até
onde vai a caradura da grande imprensa e da “coisa feita em papel
couché” Veja? Recuso-me a chamá-la de revista.
O relator
da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), incluiu em seu relatório o
nome de Policarpo Júnior, editor chefe da “coisa” na sucursal de
Brasília/DF. Mesmo a convocação do “caneta” – como é
tratado pelo bicheiro e demais integrantes da quadrilha – sendo
barrada pela bancada da grande mídia, Cunha, por conta das gravações
da Polícia Federal, achou por bem incluir o nome e pedir o
indiciamento de Policarpo Júnior.
Diz o
corporativismo da grande imprensa que a inclusão de “Poli” é
revanchismo por causa da AP 470.
Ora, não
foi Odair Cunha ou o PT ou quem quer que seja senão a Polícia
Federal quem desmascarou as relações nada republicanas – para
usarmos um termo em alta – entre o bicheiro e o jornalista.
Se o
julgamento da AP 470 não tivesse sido antecipado para coincidir com
as eleições municipais deste ano, qual espaço ou resoluções
seriam revanchismo? Este argumento é de uma desonestidade
intelectual sem tamanho.
Antes de
iniciar o julgamento e portanto se ter o conhecimento de seu
resultado, já era notícia na mídia não venal, as relações
íntimas entre “caneta”, Cachoeira e o ex-mosqueteiro da ética
de Veja, Demóstenes Torres.
O
corporativismo é tanto que a Folha de São Paulo ao noticiar o
indiciamento pela PF de Andressa Mendonça, esposa de Carlinhos
Cachoeira por tentar chantagear o juiz federal em Goiás, Alderico
Rocha dos Santos, não cita a “coisa”. Ela disse a Santos que
tinha um dossiê contra ele elaborado por Policarpo Júnior de Veja.
Como não
citar a “coisa feita em papel couché” nessa notícia?!
Veja
também mandou invadir um quarto no Hotel Naum em 2011, onde estava
hospedado José Dirceu. O ato era para montar esquema de arapongagem,
proibida no Brasil.
As
relações entre Cachoeira e Veja tinham o intuito de plantar
matérias nas revistas para a realização de chantagens políticas
com membros de estatais e autarquias do governo federal.
Por causa
do curso de Jornalismo, precisei fazer um trabalho sobre o livro: “A
Arte de Fazer um Jornal Diário” de Ricardo Noblat. Noblat é um
dos maiores defensores da divindade da grande imprensa. Um dos
principais escudos do “caneta”.
Sem falar
que em causa própria, ataca veementemente o ministro do STF, Dias
Toffoli. Toffoli é relator de ação que julgará um desvio de R$ 33
milhões do Incra no governo FHC, no qual a esposa de Noblat, Rebeca
Scatrut é ré.
Voltando
à relação Noblat / Policarpo, em seu livro, publicado em 2002 –
o jornalista das Organizações Globo – diz no capítulo II, tópico
“Jornalista não é Deus” o seguinte: “... enquanto médico
pensa que é Deus, jornalista tem certeza. Jornalista não é Deus.
Não está dispensado de respeitar a Constituição e as leis do
país. Não tem mandato conferido por ninguém para atuar ao arrepio
do códigos e normas socialmente aceitas. A denúncia de um ato
criminoso não justifica a prática criminosa.”
Noblat
precisa reler a si mesmo.
Parece
que esses dez anos foram ruins para a saúde mental do jornalista
Noblat.
Agora
Veja tenta ganhar pelo pecado favorito do demônio, segundo o filme
“Advogado do Diabo” o deputado Odair Cunha. Afirmando que no país
cabe espaço para mais um Joaquim Barbosa.
Ao
deputado cabe apenas dizer-lhe o seguinte: força!
A pressão
para retirar o nome de Policarpo de seu relatório é grande. Vários
veículos da grande mídia já dão como certa sua retirada.
A contra
pressão política precisa agir rápida e eficazmente.
Pressão
que também vale para a retirada de Roberto Gurgel, Procurador Geral
da República.
Gurgel,
prevaricou ao receber em denúncias contra o então senador
Demóstenes.
O próprio
ex-queridinho da mídia afirmou que o “cosplay” mais famoso de Jô
Soares cometeu a prevaricação ao ser inquirido sobre o tema.
Não
bastasse a luta pela proteção de seus prepostos, a grande imprensa,
através de Reinaldo Azevedo tentar proibir José Dirceu de se
expressar.
Logo ela,
grande mídia, tão defensora da liberdade de expressão.
Azevedo
em sua sandice autoritária afirma que questionar decisão da Justiça
é crime. Isso por que Dirceu o faz em relação a seu julgamento no
STF e tem chamado ao debate a forma como a AP 470 foi tratado pelos
ministros do Supremo.
Se em uma
democracia não se pode questionar os poderes e suas decisões, onde
mais pode?
Se Dirceu
cometeu crime, como afirma o blogueiro de Veja, eu também
cometi. Porque questiono a forma do julgamento. Questiono as
condenações em provas nos autos e questiono o uso político dessa
Ação Penal.
A grande
imprensa brasileira invoca para si divindade e o direito de estar
acima da lei, mas se comporta como folião bêbado em carnaval
daqueles bem escrachados. Daqueles onde o gesto mais civilizado é
urinar na rua.
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