quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Heróis arrependidos da grande imprensa



Mais uma vez a autoproclamada grande imprensa usa de um “arrependido” para tentar combalir o PT, a esquerda e especialmente, Lula. Se o primeiro arrependido foi o ex-deputado Roberto Jeferson, agora é a vez o Cyonil da Cunha de Borges de Faria Júnior, ex-auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) em São Paulo.

Um vídeo mostrando Maurício Marinho (PTB), funcionário dos Correios, recebendo propina a mando de Jeferson é divulgado em 2005. Que logo acusa a existência do “mensalão’”. Num ato desesperado, Jeferson muda o foco. De beneficiário em esquema de corrupção a delator de compra de votos de parlamentares. Jeferson, o herói arrependido.

Jeferson foi cassado por não provar o esquema e Dirceu cassado por chefiar o esquema não provado.

Ao “denunciar” o “mensalão”, o ex-deputado do PTB se dizia arrependido daquilo tudo.

Agora é Cyonil do TCU. Ele recebeu parte de uma propina e resolveu denunciar tudo à PF. Já virou herói da grande imprensa. Tudo porque ele citou José Dirceu.

A Operação Porto Seguro deflagrou um esquema de venda de pareceres jurídicos para empresas. Fruto da Operação, o gabinete da representação do governo federal em São Paulo foi alvo de um mandado de busca.

Por que Cylonil não denunciou tudo à PF antes de receber a propina? Aí a Polícia Federal poderia armar o flagrante. Ele também disse que gastou parte do dinheiro. Não sei não, mas acho que ele ficou com raiva por não ter recebido tudo.

Também não deveria ser indiciado?

Agora, assim como Jeferson, se diz arrependido. E assim como Jeferson, citou José Dirceu.

Ah, a grande imprensa e seus heróis.

Sabe por que ela odeia o José Dirceu?

Porque foi ele que quando Ministro da Casa Civil, (chefe do Gushiken), que deu a ideia de se regular as mídias. Criar uma Ley De Medios; foi ele que acabou com a farra da Globo.

Antes de Lula, toda a verba de publicidade do governo era dividida somente entre 499 veículos. E para cada R$ 1,00 de verba publicitária do governo, a Globo ficava com R$ 0,80 (80%). Redistribuiu a verba publicitária do governo entre quase 9.000 veículos. Antes eram só 499. Agora, Globo só recebe 16% do total.

Foi Dirceu quem acabou com a farra dos livros didáticos que eram publicados pela Editora Abril e Fundação Roberto Marinho. E fechou as portas do BNDES para as farras midiáticas. "dinheiro só para fomentar desenvolvimento, jamais pagar dívidas".

Foi sua ideia criar o Ministério das Cidades, diminuindo o poder dos coronéis locais.

Foi Dirceu que barrou Demóstenes, braço do esquema do Cachoeira, de ser o Secretário Nacional de Justiça.

Em 2004, foi ideia de Dirceu de se criar um controle externo sobre o MP. Por isso sofre constantes retaliações.

O superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon Filho, afirmou que Lula não foi flagrado em nenhuma conversa comprometedora com Rosemary, ex-chefe da representação do governo federal em São Paulo e que não houve 122 ligações como foi divulgado entre os dois.

Esta informação saiu na edição impressa de O Globo de hoje, as foi omitida, da versão on line. Este detalhe da ocultação foi possível graças ao blog do Paulo Henrique Amorim.

As Organizações Globo tem um fetiche pelo golpismo.

Aparentemente, o Delegado Torcon não se deixou levar pelo pecado favorito do Diabo, segundo o filme “Advogado do Diabo”, o ego.

Ele seria glorificado se prendesse ou indiciasse Lula ou Dirceu. Nem a Rosemary teve seus sigilos quebrados pela Operação Porto Seguro.

Essa onda midiática está com cara de Erenice Guerra ou Orlando Silva. A primeira foi acusada de tráfico de influência na Casa Civil ao final do governo Lula. Ela sucedeu Dilma que se afastou para ser candidata à Presidência da República e as acusações serviram como campanha negativa contra sua candidatura. Orlando foi acusado de beneficiar ONG’s ligadas ao PCdoB, seu partido.

Ambos foram inocentados das acusações e a eles a grande imprensa dedicou notas de rodapé.

E tem gente que defende a não regulamentação dos meios de comunicação no Brasil.

Outro flanco da grande mídia é a CPI do Cachoeira. Entre as pressões tradicionais com seus prepostos no Congresso que vão desde o DEM ao PSOL, ela ataca onde o Diabo mais gosta: o ego.

A “coisa feita em papel couché” Veja (recuso-me a chama-la de revista), afirmou em sua última edição que no Brasil cabe mais um Joaquim Barbosa, se referindo ao relator Odair Cunha (PT-MG).

Que ele deveria retirar o pedido de indiciamento de Policarpo Júnior, segundo a esposa do bicheiro, empregado da família e de Roberto Gurgel, Procurador Geral da República por prevaricação nas Operações Vegas e Monte Carlo sobre o esquema d aquadrilha.

Sobre isso escrevo depois, após a leitura do relatório de Odair. Vamos ver se o Diabo conseguiu o que queria.




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