“Os
meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de
monopólio ou oligopólio”. É isso que diz o parágrafo quinto do artigo 220 da
Constituição Federal (CF) de 1988. O texto é claro como cristal, mas sempre que
se tenta debater a regulamentação dos meios de comunicação, o falso debate de
censura surge. E muita gente engole essa cantilena.
Sem
falar na atividade jornalística propriamente dita. Totalmente desregulamentada,
onde um jornalista se for de veículo poderoso tem mais poder que o restante dos
mortais. Pode fazer o que bem entender. Grampos ilegais, falsear fontes e
entrevistas. Tudo vale em busca dos objetivos do patronato e na “construção” de
seu nome no mercado.
Nenhum
profissional deve ter um poder desses. Um jornalista não pode estar acima dos
demais membros da sociedade. Mas as empresas de comunicação fizeram lobby para
que o Conselho Federal de Jornalismo não fosse criado, ainda no primeiro
governo Lula. Este órgão seria como a OAB para os jornalistas brasileiros. E em
nada tem a ver como o debate da regulamentação dos meios de comunicação.
Regulamentar
a comunicação social no Brasil é mais que urgente. Esta é mais uma área que
ficamos para trás. Enquanto países (ou seriam ditaduras?) como Portugal, França,
Inglaterra e EUA há muito tempo já criaram suas leis e órgãos regulamentadores,
aqui estamos reféns de cinco ou seis famílias.
Essas
famílias não ditam somente qual a informação que vai circular no país, mas ditam
nossos gostos, valores e costumes. Quantas meninas de 12 a 14 anos não querem
ser parecidas com a estrela de “Malhação”?
Regulamentar
os meios de comunicação é apenas garantir o que expressa nossa Carta Magna. Nada
mais.
Até
mesmo os defensores do capitalismo, enquanto sistema de produção deveriam atuar
na garantia dessa regulamentação. Afinal, a garantia de concorrência é ou não
um dos pressupostos deste sistema?
A
CF é categórica ao afirmar que não pode haver censura de qualquer tipo, a não a
econômica. Sim, monopólio e oligopólio é censura econômica. Os únicos pontos em
que se toca sobre o conteúdo são a “preferência a finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas; promoção da cultura nacional e regional e
estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; regionalização da
produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos
em lei”, no artigo 221.
Não
há o menor risco à liberdade de expressão ou imprensa. Ao contrário, a
regulamentação é a garantia a essas condições. Mas vivemos em um país onde nos
impregnam que a propriedade privada tem mais valor que a própria vida. Basta
ver que tipo de “trato” as pessoas manifestam querer dar a um “ladrão de
galinhas”, por exemplo.
Não
é a toa que programas policialescos são uma febre nacional. Eles pregam a
punição elevada à décima potência.
O
pior desse cenário é ver quem deveria – mesmo que minimamente – garantir a
Constituição alimentar o debate esquivado sobre os meios de comunicação social
no Brasil. O exemplo mais recente foi o recado que o presidente do Senado,
Renan Calheiros, mandou aos barões da mídia de que não deixará ocorrer o debate
no Congresso Nacional.
Vale
tudo para não ter manchetes negativas nas capas dos “jornalões” e seus
parceiros. Vale até ignorar a Constituição Federal.
Jonathan
Lemkin, roteirista do filme “O Advogado do Diabo” foi muito feliz ao colocar
nos diálogos a “o ego é meu pecado favorito”, dita pelo personagem de Al
Pacino, o diabo.
Nesse
mundo cada vez mais “de plástico”, estar na mídia é quase uma obsessão. Garantir
a pluralidade de esse poder é tudo o que as cinco ou seis famílias brasileiras
que detém os meios de comunicação não querem. Sair da influência delas é uma das coisas que o Brasil mais precisa.
Um comentário:
pior - plantar maconha do ap de Jose DIRCEU PARA INCRIMINA-L0 isso é crime nao é jornalismo que queira passar a verdade para o publico, pelo contrio é jornalista bandido que quer vender a sua porcaria e garantir seu emprego junto aos patroes externos. ou fora do país.
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