Começou
o conclave, ritual católico onde 119 cardeais (155 por que alguns renunciaram a condição
de votante devido a escândalos), de todo o planeta, escolhem o novo papa. A mídia
brasileira está em polvorosa com a possibilidade de termos um papa brasileiro. Dom
Odilo Scherer é arcebispo de São Paulo e é considerado um dos homens fortes do
Instituto de Obras Religiosas (IOR) – o banco do Vaticano. Seu principal
concorrente seria Angelo Scola, arcebispo de Milão, considerado um reformista,
apesar de bastante alinhado com Bento XVI e com bom diálogo com os mais jovens.
Outros
nomes estão cotados, mas esses dois são os mais falados. E em nenhum momento se
toca em questões como a compra de uma sauna gay em Roma – a maior da Europa –
pelo Vaticano, nem os casos de pedofilia tampouco o papel que joga o IOR no
sistema financeiro e em guerras. O IOR é sócio da Pietro Beretta Ltda., maior
indústria de armas no mundo, controlada pela Holding SpA Beretta. O Vaticano
elevou o termo “guerra santa” a níveis bastante lucrativos.
Scherer,
o cardeal brasileiro é um dos “donos do apito” no IOR. Se João Paulo II era o
papa anticomunista (anti tudo um pouco à esquerda), Ratzinger tinha relações
com o nazismo, se o brasileiro for papa teremos o papa da guerra. Na verdade,
se Scola for eleito, também será um sacerdote bélico.
O
Vaticano – que é um Estado – tem por característica intrometer-se em questões
nacionais onde o catolicismo tem alguma força. Quem não se lembra do fora que
Lula deu em Bento XVI quando ele quis se meter em questões internas do país? O
ano era 2010 e surgia um burburinho de discussão sobre a legalização do aborto
no Brasil. O papa que lucra com venda de armas tentou se meter em questões internas
para “salvar vidas”.
Se
o eleito for o brasileiro não teremos muita diferença a não ser sua língua mãe.
Ao invés de alemão, o português. Não há entre eles, pelo menos que se tem notícia,
a vontade de dar fim à forma de ganhar dinheiro do Vaticano. Por que não
somente com as armas o menor Estado do mundo lucra, mas também lavando dinheiro
do fascismo e da máfia.
O
IOR nasceu em 1942 pelas mãos do papa Pio XII para administrar o dinheiro do
ditador Mussolini oriundo dos Pactos de Latrão selado entre o fascista e Pio
XI. Esse acordo gerou ao Vaticano um bilhão de liras em títulos de Estado
italiano com juros de 5% mais 750 milhões de lira em dinheiro vivo, cash. Há rumores de que o papa João
Paulo I foi morto por ter a intenção de revelar as relações entre o banco do
vaticano e a máfia.
A
figura central desse episódio foi o bispo Paul Marcinkus, à época responsável pelo
IOR. Ele era conhecido como a "sombra do Papa". Foi sua relação com
um banqueiro ligado à máfia - Michele Sindona – que revelou o esquema. Utilizava-se
o banco do Vaticano para lavar dinheiro oriundo dos Estados Unidos. Em 1982
ocorreu a falência do Banco Ambrosiano que tinha o IOR com maior acionista. Foi
aí que estourou o escândalo.
O
filme “O Poderoso Chefão III” mostra bem como se dá a relação entre Vaticano e
máfia. Há rumores de que os atentados a João Paulo II foram em decorrência das
relações mafiosas da Igreja de Pedro. E o papável brasileiro é um dos “grandes”
do IOR. Mas será que ele tem a intenção de pôr fim a essas relações? Esse debate
nossa “grande imprensa” não faz e quem o fizer será acusado, direta ou
indiretamente, de blasfêmia.
2 comentários:
Palavras super oportunas em um momento de perplexidade geral graças à renúncia de Bento XVI. E agora? “Quem sou eu?” “No que EU acredito?” “Eu sigo minha crença, religião, filosofia?” “Sou um bom cristão, budista, espírita?” “Eu crio um mundo melhor ou jogo lixo no chão, minto, traio, sacaneio?”
quanto mais se le sobre essa corja
mais horror se tem
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