O
debate sobre a reforma política já começa a dominar o noticiário. Logo após a
presidenta Dilma anunciar os cinco pactos para ouvir as vozes das ruas, entre
eles o da reforma política com plebiscito, a oposição descabelou-se e, como
bêbado em uma briga de rua, solta murros no ar.
Para
começar foi o mais recente imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Fernando
Henrique Cardoso (FHC). Em 1999, ainda presidente do país ele defendeu a
instauração de uma constituinte exclusiva para realizar acelerar reformas que, na
época, seu governo desejava fazer. Agora ele e sua “turma” insinuam que
plebiscito é “manobra diversionista”.
PSDB,
DEM e PPS falam repetidamente tais bobagens. Primeiro que golpe com o povo, não
é golpe. Segundo que “manobra diversionista” fazem essa patota. Inserir o povo
no debate sobre o modus operandi da
política brasileira é o centro das vozes das ruas. Como também o cerne da
corrupção no país é o financiamento privado de campanhas eleitorais.
Na
prática, boa parte dos mandatos é privada. Manda quem paga. Por que você acha que
em quase todas as cidades se reclama de caixa preta no transporte público? Quer
saber a resposta? Verifique quem foram os financiadores de campanhas dos
vereadores da sua cidade. Fora o caixa dois, que às vezes acontece por que o
empresário, dotado de grandioso espírito cívico (ironia), quer doar “por fora”
por sonegar impostos. A doação de campanha serve como registro de renda, uma
vez que há um limite para pessoas físicas (10%) e jurídicas (3%) nas doações.
É
esse debate que a direita brasileira não quer que o povo faça. Não se tem nem
como saber qual o resultado do plebiscito ou mesmo, se ainda – por um acaso
astral – o de uma constituinte exclusiva.
Dar
ao povo a oportunidade de exercer democracia direta. Esse é o fator principal
que deve estar sempre no imaginário de nossas instituições. No Brasil, esse
tipo de ferramenta é pouco usado. Outra balela para frear plebiscitos e
referendo é que eles custam caro. Democracia custa dinheiro. Se tirar a bolada
paga aos grandes meios de comunicação já dariam para fazer muita coisa. Fica a
dica de fonte de recurso.
PSDB,
DEM e o puxadinho do Serra, o PPS defendem referendo para a reforma política. Apesar
de um instrumento importante que, como afirmado acima, pouco usado no país,
nele o povo vota sobre o que já sai pronto do Congresso Nacional. Se concorda
ou não com o que saiu de Brasília. É o tipo de instrumento para ser usado nas
votações normais do Congresso, mas essa da reforma política está sob o manto de
uma conjuntura diferente.
E
com essa mídia que temos, tudo que não for do seu interesse, ela fará campanha sistemática
para obter sua negativa. No plebiscito o povo debate e escolhe. De forma
direta. E por mais que a mídia tente direcionar a opinião das pessoas para as
suas posições, há o espaço, mesmo que desigual, para o debate de ideias.
Nesse
momento de descredibilidade das instituições, o que é melhor ou o que está nas
vozes das ruas: plebiscito ou referendo? E quem realmente faz “manobra
diversionista”?
Um comentário:
Excelente iniciativa. As mudanças que ocorrerem devem ser por decisão do povo brasileiro.
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