Unidade popular nas ruas. Fascismo fora!

Ontem a Câmara dos Deputados refez o que o Senado tinha desfeito sobre a aplicação dos royalties do petróleo para educação e saúde. Vitória do povo brasileiro que há muito tempo vem pautando a necessidade de que o óleo combustível financie esses serviços tão essenciais. É óbvio que as recentes manifestações forçaram uma pauta positiva no Congresso Nacional. Mas nem tudo são flores.

A Câmara dos Deputados faz o que pode e o que não pode para botar água no chope da reforma política. Segundo o presidente da casa, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), afirmou que qualquer mudança no sistema eleitoral só valerá a partir de 2016. “Pode até ter plebiscito, mas não valerá para 2014”. Entre os argumentos está o do principio da anuidade. Tudo teria que estar resolvido até 05 de outubro desse ano.

Se os parlamentares quisessem fazia tudo em tempo hábil. Está aí o caso dos royalties para mostrar isso. Apenas PT, PCdoB e PDT estão defendendo plebiscito para a reforma política com validade já para 2014. Para que essa questão entre na pauta são necessárias 171 assinaturas. Os três partidos somam 128 apenas. Se não tiver gente na rua, não haverá mudança alguma para valer a partir de ano nenhum.

No Senado, foi derrubado o fim dos suplentes de senador, mas depois do constrangimento, voltou-se atrás e, não findou a suplência no Senado, mas diminuiu para um o número de suplente. Antes eram dois.

O que muita gente no Congresso quer é: ou não mudar nada ou fazer mudanças e, no máximo, encaminhar para o povo como referendo. Ou seja, esse Congresso que aí está, que é o causador das insatisfações expressas nos atos de rua – mesmo com a mídia e setores ceguetas da ultra-esquerda dizendo que são contra a Dilma – muda as regras de representação política e depois manda o povo dizer se aprova ou não. Se não aprovar as mudanças, permanece o que já está!

É a reforma política a mãe da solução de todas as pautas. Por que todas elas são fruto de decisões políticas. E não tem nada de pensar que depois de mudar o formato da representação política as coisas se resolverão naturalmente. Nada disso. Tem que continuar tendo luta. Vivemos em uma sociedade de classes, que se move apenas pela luta dessas. E a luta, ao contrário do que diz os perfis nas redes sociais com a máscara do filme baseado em um gibi, se faz de forma organizada. Sejam em partidos, sindicatos, entidades estudantis, em associação de moradores ou culturais.

A vitória de ontem na Câmara pode significar estopim de outras conquistas, mas sem o povo organizado e com essa postura fascitoide de atacar partidos e organizações sindicais, não passaremos disso.