Quem
foi que disse que a disputa política pela realização do plebiscito da reforma
política tinha acabado? Apesar de esse ser o desejo de grupos poderosos política
e economicamente, ele ainda está vivo e brigando para se manter no centro da
política brasileira.
O
PSB se uniu ao PT, o PCdoB e o PDT para coletar assinaturas e lançar uma nova
proposta para que o Congresso convoque o pleito. São necessárias 171 assinaturas
para o plebiscito ir à votação na Câmara dos Deputados. Os quatros
partidos, juntos, possuem 154. Se o PSOL somar-se à empreitada, faltarão 14
assinaturas. Algo bem factível.
A
forma de representação e os atores que dela participam no momento da escolha
são o principal gargalo da política brasileira. Esperar que o Congresso eleito
sob as regras – ou a falta delas – de hoje para democratizar a política não é
algo fácil. Sem falar na pressão exercida pelas grandes corporações que não
querem perdem seus “porta-vozes” no parlamento brasileiro.
Catorze
assinaturas é o que falta para sabermos se teremos a oportunidade de sonharmos
com uma representação política menos fisiológica, menos pragmática e mais
programática e ideológica ou não. Sem consulta popular, as chances de uma
reforma política concreta são praticamente nulas. Vide os remendos que estão
saindo da comissão de partidos da Câmara dos Deputados. Na contramão da vontade
popular.
A
OAB e o Ibope divulgaram uma pesquisa sobre o tema e 85% das pessoas
querem a reforma política e 78% são contra o financiamento privado de
campanhas. O povo já entendeu que dinheiro privado em espaço político só
privatiza a política. A divulgação dessa pesquisa aumenta mais o temor das
grandes corporações, donas de boa parte de parlamentares, não penas no
Congresso, mas em assembleias legislativas e câmaras municipais.
Os
deputados encontram-se em uma sinuca de bico. Se obedecerem a seus
financiadores de campanha correm o risco de perderem votos no ano que vem, se
ouvirem a vontade popular e, por qualquer motivo que seja, o financiamento
público de campanha não passar, perdem os recursos para a disputa eleitoral. A referência
aqui é apenas para aqueles com postura republicana, que não viajam para a
Europa com “sobras de campanha”.
E
agora, José? – perguntam os deputados “muristas”.
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