No
último dia 26 de julho comentei sobre os gastos de publicidade do governo de
Alagoas em canais de tevê e sites na internet (clique aqui). Algumas
coisas me chamaram a atenção como o “investido” no colunista Claudio Humberto e
o aumento de recursos destinados a TV Pajuçara, de aliados do governador, perto
das últimas eleições.
Agora
comento os gastos publicitários em rádios alagoanas. O número de emissoras é
grande, mas também identificamos coisas “estranhas”. Lembrado que o rádio é o
veículo que chega mais próximo das pessoas. Mesmo com as televisões a cabo ou a
internet se espalhando, só o rádio pode ser consumido ao se fazer outras
atividades, como dirigir, lavar roupa, cozinhar ou pescar. A força política que
tem uma emissora de rádio é gigantesca.
Os
dados foram conseguidos através do advogado Pedro Acioli Filho que os solicitou
através da Lei de Acesso à Informação (LAI). No email enviado pela Secretária
de Comunicação (SECOM), a mesma garantiu acompanhar as execuções das campanhas
publicitárias e que o critério é o técnico baseado em audiência.
Reafirmamos
também os dados abaixo por si só não provam nada, mas demonstra o mesmo padrão
em relação às emissoras de tevê e os sites na internet.
De
2008 até o mês de julho de 2013 foram gastos em publicidade em emissoras de
rádio R$ 9.961.253,70. E entre as principais empresas as rádios Gazeta (AM/FM),
das Organizações Arnon de Mello, cuja família proprietária é a do senador
Fernando Collor, receberam mais, seguidos pelas rádios do Sistema Pajuçara de Comunicação
(PSCOM), que tem tucanos de alta plumagem e parente do vice-governador como
donos, rádios 96 FM e Grupo Correio / CBN que tem na sociedade o deputado
federal Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros.
Em
2011, ano pré-eleitoral, as rádios do PSCOM receberam mais recursos que as
emissoras da Gazeta, mas no montante dos cinco anos e meio, as emissoras da
família Mello receberam mais. Em 2012 as rádios do grupo Correio / CBN não
receberam nenhum recurso em publicidade da SECOM.
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Duas
rádios do interior se destacaram no recebimento de recursos. Uma delas é a “Princesa
das Matas”, que tem em sua sociedade, Elias Brandão Vilela Neto, irmão do governador
Teotônio Vilela Filho e Flavius Flaubert Pimentel Torres, pai do prefeito de
Viçosa, Flaubert Torres Filho. A outra é a rádio Palmeira FM, de propriedade de
Edival Vieira Gaia, pai do deputado estadual Edival Vieira Gaia filho (PSDB).
Inclusive
um dos sócios da rádio Palmeira FM é assessor parlamentar na Assembleia Legislativa
de Alagoas. Luis Carlos Soares Gaia foi nomeado em 12 de abril de 2012,
conforme Diário Oficial do Estado (clique aqui).
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Ambas
receberam mais recursos do que o grupo Correio /CBN.
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Ao
todo, em rádio de aliados do governador, foram gastos R$ 2.015.086,70. Sendo R$
642.318,80 em 2010, ano eleitoral e da reeleição do governador Teotônio Vilela
Filho e, R$ 518.693,99 em 2011, ano pós-eleitoral.
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Sobre
as rádios de Renan Filho, várias polêmicas já foram levantadas. Ele é sócio de
Tito Uchoa, primo do senador Renan Calheiros, no Sistema Costa Dourada Radiodifusão
Ltda. e a rádio Correio não tem registro no ministério das comunicações. Aqui tratamos
como um grupo apenas, por ambas funcionarem no mesmo prédio e que a rádio CBN
Maceió tem seu registro em nome de Uchoa.
O
que fica cristalino é a necessidade da lei de meios. O fim da interferência
política na comunicação do país. O que acontece em Alagoas não é caso isolado. No
cadastro do Ministério das Comunicações o que mais se vê são parentes de
parlamentares, prefeitos e governadores como donos de emissoras de rádio e
tevê. Caso queira ver todos os veículos
de comunicação eletrônica (rádio e tevê) com registro no Minicom, clique aqui
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