Segundo
o dicionário, cartel significa “acordo comercial entre empresas, que se
organizam numa espécie de sindicato para impor preços no mercado, suprimindo ou
criando óbices à livre concorrência”. E formação de quadrilha é quando um grupo
de pessoas age organizadamente para burlar a lei.
Na
prática, qual a diferença? E a denúncia da Siemens, empresa de engenharia
alemã, sobre o metrô em São Paulo, o que é?
Desde
o governo de Mário Covas (1995 – 2001) que, segundo a denúncia da empresa
alemã, existe um forte esquema na construção e aquisição de trens de metrô na
capital paulista e do Distrito Federal que já teria desviado algo em torno de
500 milhões de reais. Os governos do PSDB abocanhavam 30% dos valores das
licitações. Tudo era feito através de empresas de fachada.
O
esquema é alvo de investigações desde 2008 e nada foi feito pelos governos
tucanos. Geraldo Alckmin e José Serra, assim como Mário Covas, teriam
compactuado com jogo. Na armação para tornar as licitações de mentirinha
estavam outras multinacionais como a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a
espanhola CAF e a japonesa Mitsui.
A
denúncia foi feita pela revista Istoé
na edição 2279, mas o restante da “grande imprensa” demorou a reverberar – a “coisa
feita em papel couché” que atende pela alcunha de Veja ainda não elaborou uma
de suas mirabolantes capas sobre o tema – e mesmo assim o partido em questão, o
PSDB, não é citado, tampouco o nome de Geraldo Alckmin ou do Serra. Tudo virou “governo
paulista”.
Como
parte da tática de desviar o foco, agora, de mãos dadas, governo tucano e “grande
imprensa” jogam a culpa do esquema no CADE (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), autarquia ligada ao Ministério da Justiça. Vale relembrar que o
esquema é de 1995, governo Mário Covas, em São Paulo e, FHC era o presidente do
país. Se o CADE foi conivente, que os responsáveis paguem por isso com o rigor
da lei, mas daí a tentar impor essa desviada de foco, não.
Se
algo de bom no comportamento da nossa “querida” autoproclamada “grande imprensa”
é mais uma prova de seu partidarismo. Ou você tem dúvidas que se São Paulo
fosse governada por partidos de caráter trabalhista as chamadas e trato do tema
em geral seria diferente?
Fosse
o Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo no ano passado pelo PT, o
governador, as manchetes dos jornalões e as chamadas do Jornal Nacional não
seriam muito destoantes dessas: Governo do PT desvia mais de meio milhão de
reais do metrô ou Fernando Haddad, do PT, participou de esquema internacional
que desviou mais de R$ 500 milhões de reais do transporte público.
A
palavra cartel jamais seria usada. A cada cinco linhas, em quatro a palavra
quadrilha estaria escrita. As caretas de desaprovação e vergonha moral de William
Bonner e Patrícia Poeta na bancada do JN seriam algo digno dos filmes do Jim
Carrey. Os comentários do Arnaldo Jabor fariam você ter pesadelos com trens
descarrilhando. Folha e Estadão lançariam edições especiais sobre o tema,
talvez ligando o esquema às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Mas
como se trata de governos do PSDB e de multinacionais - a direita brasileira
adora multinacionais – chegam a pedir cautela. Imagine só, a Folha de S. Paulo
que publicou uma ficha falsa do DOPS da Dilma, em plena campanha eleitoral,
feita de forma tosca e divulgada na internet através de, essencialmente, spams
em emails, pediu cautela sobre o envolvimento do PSDB no esquema do “trintão do
metrô”.
Essa
é a nossa “grande imprensa”: tenta fraudar eleições, manipula a informação de
forma descarada, denuncia, julga e condena sem o menos traço de prova. Basta ser
do campo progressista e pronto, banho de lama em sua reputação. Mas se for
tucano, lustre nos bicos e amaciante nas penas.
E
você, o que acha sobre o assunto? Cartel ou quadrilha? As perguntas também
valem para a grande mídia.
Um comentário:
Se for tucano pode até falar que tudo não passa de um grande esquema do PT alemão, via Siemens, para incriminar os probos governantes tucanos de São Paulo...
Tucano quando delinquente sai gritando: "pega ladrão!", mas essa versão não tá colando.
Mais um esquema de corrupção dos tucanos, mais uma provas que a velha mídia é viciada e protege o PSDB.
Só tem mascara caindo.
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Helder
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