Jair Bolsonaro, deputado federal pelo
Partido Progressista (PP) agrediu fisicamente o senador Randolfe Rodrigues do
PSOL. Segundo o psolista, a agressão foi um soco. Bolsonaro afirmou apenas que “foi
um toquezinho”.
Já
na entrada do 1° Batalhão de Polícia do Exército – local onde funcionava o Destacamento
de Operações de Informações-Centro de Defesa Interna (DOI-Codi) nos tempos da
ditadura civil-militar de 1964.
A
visita se dava por conta de trabalhos da Comissão Nacional da Verdade e da
Comissão da Verdade do Rio de Janeiro. Logo na entrada do Batalhão, Bolsonaro
criou tumulto por querer participar da visita, mas ele, além de não fazer parte
da Comissão é fervoroso defensor do golpe de Estado dos anos de 1960.
Não
é a primeira vez que Bolsonaro agride defensores dos Direitos Humanos. Em outra
ocasião agrediu verbalmente a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário
nos corredores do Congresso. Em entrevista à tevê Bandeirantes afirmou que seu
filho jamais se casaria com uma pessoa negra. “Eu eduquei meu filho. Não corro
esse risco”.
Mas
truculência não se dá apenas com agressões físicas ou verbais explícitas,
digamos assim. Negar direitos também é.
O
“blogueiro” Reinaldo Azevedo do site de Veja é, sem dúvida alguma, um dos mais
truculentos porta-vozes da direita – pastelão, por que não? – no país. Em recente
artigo, condenou e atacou o novo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot
por causa de uma entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, o
Estadão.
Na
ocasião, Janot afirmou que “pau que dá em Chico, dá em Francisco” ao ser
questionado sobre o processo do, assim chamado, mensalão do PSDB (a “grande
imprensa” chama da mensalão mineiro tentando não vincular o caso aos tucanos). Nada
mais correto. O Ministério Público não pode ser seletivo, principalmente nesse
caso. Foi em Minas Gerais, sob a batuta do tucanato que o esquema de Marcos
Valério surgiu com força na cena política.
Para
quem não sabe, em Minas Gerais foi montado um esquema de caixa 2, com dinheiro
público de, entre outras empresas públicas, Furnas – ao contrário da AP470,
conforme documentos do inquérito 2474, tornado sigilosos pelo presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Agora o julgamento desse inquérito
terá como relator Ricardo Lewandowski.
Azevedo
defendeu que Janot age por motivações políticas por querer dar celeridade ao
processo tucano. Chega a, arraigado de ironia, chamar o novo Procurador-geral
de “companheiro”. O que ele quer é que o caso prescreva.
Ora,
não se pode defender justiçamento para um e prevaricação para outro. Ainda mais
em casos semelhantes e com personagens repetidos. No caso de Minas, se for
feita Justiça, com jota maiúsculo, nem Gilmar Mendes escapa. Ele recebeu R$ 185
mil quando era da Advocacia Geral da União. Até FHC, príncipe dos vira-latas
brasileiros recebeu uns “trocados”, perto de 500 mil reais. Tudo isso em 1998.
A
truculência de Azevedo se dá ao negar que o Estado de Direito seja para todos. Quando
cobra justiçamento para uns e “esquecimento” para outros, ele promove a
injustiça, talvez a pior das truculências por que essa você não sente num primeiro
momento, a não ser que seja o alvo em questão e, a reação é demorada, lenta a
ponto de, por várias vezes, não ver resultado concreto.
Mas é assim que age a
direita brasileira dita “granfina”. Com um sorriso nos lábios e com ironia
escorrendo pelos cantos de suas bocas, do tipo que Reinaldo Azevedo pretende
ser. Já a direita brucutu age como Bolsonaro, xinga e agride fisicamente. Mas em
ambos os casos o deboche após seus atos está presente.
2 comentários:
Depois do Aécio defender a herança “bendita” do FHC, o Bolsonaro afirmar que a democracia no Brasil se deve a golpe de 64, faz sentido.
A direita é truculenta, seja fisicamente, seja nas suas estratégias de ação.
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