É
de dar arrepios boa parte dos comentários que aparecem nas redes sociais e em
sites de notícias e blogs na internet. Eles são feitos por pessoas sem a menor
noção do que seja viver em coletividade, elas desejam vingança, vociferam ódio
e desejam até, de forma explícita, a morte de pessoas unicamente por terem
posicionamentos ideológicos diferentes.
É
claro que esse afloramento não se deu sem uma “ajudinha” da mídia. Transformando
– ou tentando transformar – pessoas como José Genoíno e José Dirceu em inimigos
públicos.
Não
passam de pessoas sem a menor capacidade de senso crítico, pois jamais se
dirigiram dessa forma sobre o caso do desvio de meio bilhão de reais do PSDB em
São Paulo ou da privataria ou do esquema de caixa dois, com dinheiro público,
feita pelo tucanato em Minas Gerais.
Genoíno
precisa de cuidados médicos e isso já era de conhecimento público antes do
mandado de prisão feito por Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) contra ele.
Qualquer
pessoa fora do perfeito estado de saúde tem direito a um tratamento diferente e
isso não é regalia! Não importa se tem notoriedade ou não. É claro que pessoas
que gozam de maior exposição (recurso financeiros!) conseguem fazer valer esse
direito mais do que os anônimos. Mas isso não diminui em nada o direito negado
a Genoíno e a tantos outros Brasil afora.
E
a “grande imprensa” só alimenta esse tipo de comportamento. O jornal o Estado
de São Paulo (Estadão) afirmou que as críticas feitas por personalidades
jurídicas – boa parte delas anti petistas – em relação ao julgamento da Ação
Penal 470 e as prisões que “o Estado de Direito está real e gravemente ameaçado
no Brasil”.
A
Folha disse que o direito constitucional de cassar mandatos é um desafio ao
STF. Os veículos das Organizações Globo fazem verdadeiros espetáculos sobre o
caso, com efeitos especiais que se assemelham a filmes “arrasa quarteirão” de
Hollywood.
A
assertiva do Estadão estaria correta se fosse direcionada ao comportamento de
Joaquim Barbosa ou mesmo da mídia, mas nunca em questionar uma sequencia de
violações tão gritante como estamos presenciando nos últimos dias.
Sequer
ir a um hospital para realizar exames, solicitado pelo próprio médico da
Papuda, prisão onde está Genoíno, foi permitido. Tudo por que, segundo o juiz
de execuções penais do Distrito Federal negou o pedido alegando que o
presidente do STF não autorizou a liberação.
Difícil
é saber o que é pior: se toda essa gama de arbitrariedades que estamos
presenciando, a inércia dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal ou a
torcida de gente que não merece nem ser chamada assim para que isso ocorra.
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