A
História se repete como farsa. Essa máxima de Karl Marx é bastante
usada quando acontecimentos presente se remetem ao passado. Em 2013,
pudemos presenciar alguns fatos que nos fazem pensar nela. As
manifestações de junho – e seu uso por parte da direita e a,
acreditem ou não, proibição de leitura em presídio no Brasil.
Em
junho, aquelas pessoas que foram às ruas desejavam mais qualidade
nos serviços públicos e mais democracia, mais acesso às decisões
do Estado brasileiro. A direita, via “grande imprensa” tentou
transformar aquilo em atos contra o governo federal. Tentaram, sem
sucesso, transformar o que aconteceu em junho nas marchas pela
família e a propriedade da década de 1960.
O
resultado das marchas de cinquenta anos atrás foi a ditadura
civil-militar. Pessoas eram presas e mortas apenas suas posições
políticas e à ideológicas. O Brasil viveu esse terror por mais de
vinte anos. Torturas corriam à solta nos quartéis e delegacias. Nas
prisões, os perseguidos não podiam receber visitas – ou quase não
podiam recebê-las. Eram submetidos a interrogatórios sem fim e todo
os tipo de maus tratos. Mas não eram impedidos de lerem livros. Pelo
menos não há relatos desse tipo.
Agora
a direita tenta mais uma vez insuflar manifestações para o próximo
mês de junho. Ano de Copa do Mundo e de eleições presidenciais. No
decorrer das últimas manifestações todos os governantes tiveram
seus índices de aprovação reduzidos. Afinal, no calor das ruas,
“contra tudo o que está aí”, ninguém que estivesse na vitrine
de governança poderia segurar os números de aprovação nos
patamares pré-manisfestações. Passado o tempo as coisas se
normalizaram e Dilma, principalmente ela, teve sua avaliação de
volta a “normalidade”.
Se
foram os pactos propostos por ela; a condição de pleno emprego;
poder de compra da população; médicos estrangeiros, o que for ou
apenas o tempo, os debates sobre isso correm à vontade. O fato é
que ela voltou a ser bem avaliada pela população, de acordo com os
institutos de pesquisa (os da “grande imprensa”, inclusive) e
seus números seguem em crescimento.
O
sonho de ver as ruas cheias de gente, com máscaras, fazendo confusão
para rechear os noticiários de mau agouro se reflete em convocações
para manifestações no ano que vem nos veículos da grande mídia.
Eles tem a certeza de que Dilma não teria como recuperar sua
popularidade a tempo da disputa eleitoral. Seria a segunda farsa. A
primeira foi o uso e a interpretação dada pela direita em junho
último.
Outra
farsa, essa com “F” maiúsculo, é julgamento da Ação Penal 470
e todos os seus desdobramentos. Pessoas presas em regime fechado
quando teriam direito ao semiaberto e com o processo em andamento,
expostas à execração midiática. Tudo ao gosto da elite
conservadora e detentora de um ódio de classe que pôs o Brasil na
escuridão entre 1964 e 1986. Para ficarmos apenas nesse período.
Agora
aqueles que já sofreram a humilhação pública para regozijo de um
presidente de Supremo Tribunal Federal (STF) sem as mínimas condições
de exercer qualquer tarefa pública que seja, estão proibidos, pelo
juiz de execuções penais, escolhido a dedo pelo presidente do
Supremo e filho de liderança do PSDB e empregado de Gilmar Mendes,
também do STF, em uma escola, de ler por mais de duas horas.
Pasmem.
Está proibido ler no presídio da Papuda.
Está
aí outra farsa. Tentam repetir os atos “legais” do golpe de
1964, mas com ar de legalidade democrática. E, mais uma vez, com o
apoio da “grande imprensa”.
É
difícil prever acontecimentos futuros, mas dá para imaginar o que a
direita golpista do país está planejando. 2014 será um ano repleto
de embates, inclusive por direitos. Seja para mantê-los ou
ampliá-los. O povo não parece querer retrocesso, ao contrário de
nossa elite. Não estranhem se dos aparelho de tevê e ao espremer os
jornalões e revistas saia sangue.
muito bom, Cadu.
ResponderExcluirSó que não.
Escreve ai: Dilma, na cabeça, 1o.turno, em 2014.
E não é excesso de otimismo, não.
É conversando com o povo, nas ruas.
Conversando com gente da elite, alguns, a contragosto, reconhecem: vai dar |Dilma.
de modo que podem tirar o cavalinho da chuva.
Não vejo a hora de começarem os cortes nas verbas publicitarias do PIG. Vai ser a glória, e quem ri por último....
O caldo de gente que ocupou as ruas em 2013 é muito variável e diverso. Alguns foram lá a mando de partidos emergentes, que são tão cobiçosos do poder quanto a direita mais raivosa, apoiada por sua gigantesca mídia onipresente e multi-tentacular. Chegaram até a marchar juntos em determinados momentos, até a hora em que os 'indignados' mais à direita se confrontaram com os da esquerda cobiçosa e tomaram-lhes até as bandeiras. Estes voltaram às ruas em ocupações inusitadas (ruínas de um museu desativado, obras do PAC, assembleias municipais), com o único objetivo de manter-se na onda e em evidência e promover assim seus partidos e agendas. Os médicos coxinhas também ocuparam as avenidas para protestar contra 'Mais Médicos', outros que estavam ali para protestar contra a Copa ou o Papa e até taxistas reclamando de regras na autonomia. Houve gente que de fato cobrava melhoras necessárias, mas justo em um momento em que tantas coisas têm melhorado no país para tantas pessoas. Enfim, cada um protesta pelo que quer - o que não pode é radicalizar e atropelar as leis e a democracia e depois se dizer 'preso político'. Destruir ônibus, telefones, fachadas de prédios públicos e privados e lojas não é exatamente democrático e legítimo.
ResponderExcluirAbraço!