Em
dezembro de 2013, mais precisamente no dia 27, o governo de Alagoas iniciou a
entrega de 4432 títulos de terra a pequenos agricultores em evento realizado na
cidade de Arapiraca, agreste do estado.
Esses
títulos, que estavam engavetados desde 1985, garantem que esses pequenos agricultores
possam ter acesso a crédito bancários e programas do governo federal. Ia tudo
mais que muito bem, mas os títulos entregues pelo governo tucano em Alagoas são
frios. Não vale nada! Eles não possuem registro em cartórios.
De
fato há um impasse com os cartórios do estado que não aceitam realizar o
registro de graça. Há um projeto de lei tramitando na Assembleia Legislativa para
resolver a essa questão, mas ele está parado. Se os títulos não têm validade, por
que o governo do estado fez a entrega.
O
evento também foi de faz de conta. O Instituto de Terras de Alagoas (ITERAL)
não conseguiu localizar os futuros donos dos lotes e no evento da entrega e a
maioria esmagadora das pessoas que lá estavam nada tinham a ver com o motivo da
reunião. Era apenas claque!
Oito
ônibus foram disponibilizados para que pessoas ligadas ao movimento Via do
Trabalho participassem da solenidade. As informações oficiais dizem que
estiveram presentes cerca de mil pessoas, mas existem informações de que
estiveram presentes apenas 300 e que dessas, só 34 teriam direito aos títulos
dos lotes que estavam sendo entregues.
Foi
tudo uma grande armação. Desde a validade dos documentos que estavam sendo
entregues até as pessoas presentes. Essas informações foram publicadas no
jornal Gazeta de Alagoas de 12 de janeiro em reportagem realizado por Carla
Siqueira.
Ainda
na matéria há a confirmação do presidente da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura de Alagoas (Fetag), Genivaldo Oliveira, de que as pessoas que lá
foram, o fizeram apenas para Prestigiar o governo do estado. “Eles não têm nada
a ver com os títulos da terra”, assumiu.
A
questão agrária no Brasil é central para solução de nossas desigualdades. Ainda
mais em um estado como Alagoas em que ainda predomina as mesmas relações
políticas, econômicas e sociais dos tempos de comarca de Pernambuco: o
latifúndio da cana-de-açúcar no centro do poder.
Além
disso, entregar títulos de terra que famílias aguardavam ansiosamente desde
1985 sem a menor validade apenas para fazer propaganda é no mínimo maldade.
Esse
governo que está chegando ao seu final é o do faz de conta. Faz de conta que
entrega títulos de terra a pequenos proprietários, faz de conta que reforma
escolas, faz de conta que entrega as casas das enchentes em 2010 ou por
deslocamento devido à duplicação de estradas e faz de conta que atua na segurança
pública e saúde.
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