Em
Minas Gerais jornalista que desafia Aécio Neves ou qualquer tucano de alto bico
corre o risco de ser preso, vide o que aconteceu com o dono do Novo Jornal. Em
Alagoas, até ex-membros do governo tucano de Teotônio Vilela conseguem pelo
menos a demissão de jornalistas que discordam de suas posições.
O
advogado Adriano Soares foi secretário estadual de educação. Saiu da pasta por,
além de uma péssima passagem à frente da pasta, mandou sindicalistas tomarem no
c* em seus perfis nas redes sociais. Soares sempre foi bem ativo na internet. Parece
não desplugar do convívio online. E sempre com comentários ofensivos aos
setores de esquerda de Alagoas e do Brasil.
Não
bastasse o reacionarismo gratuito nas redes sociais, Soares decidiu que chegou
a hora de atacar, segundo ele, a construção de uma sociedade “heterofóbica”. Com
o detalhe de sempre usar palavras de baixo calão. A última investida do
advogado e ex-secretário de Téo Vilela foi uma novela global que no caso possui
um núcleo homossexual.
Soares
publicou que “A cada novela, mais casais gays.
Adotando filhos e sendo melhores pais do que os héteros. No ritmo que vai, dar
o cu vai ser um caminho indefectível para ser um bom pai.
Ah, desculpe o palavreado chulo. É
que chupar pica virou diploma de bom-mocismo... A orientação sexual virou
símbolo do ético, ingênuo, bom. Ou a desculpa para atrocidades que passam a ser
justificadas por uma "rejeição" paterna. Trata-se de um discurso subliminar
de naturalização de temas delicados, como a adoção por casais gays, por
exemplo.
A Globo tem 70% dos autores gays.
Fazendo militância escrachada. A única família normal em "Amor à
vida" é a que o Niko - o Carneirinho do Félix - está constituindo. E o
Niko é o exemplar da pureza ingênua mais absoluta, mais tchuco-tchuco. A nossa
sociedade vai terminar ficando heterofóbica, dada a limitação de opções que a
heterossexualidade encerra, consoante a Ideologia do Gênero quer nos ensinar”.
Logo
se iniciou a reação diante de palavras resgatadas da Idade Média. Para comprovação
de como boa parte das pessoas ainda vivem nos tempos de onde saíram as palavras
de Soares, muita gente concordou com ele.
Às
pessoas que ousaram discordar do ex-secretário de educação do estado, sobraram
ofensas às mães e coisas do tipo. Mas quando a jornalista Lívia Vasconcelos
resolveu, de forma bem humorada, respondê-lo, foi demitida.
Lívia
trabalhava na assessoria de comunicação na Secretaria de Estado do Planejamento
e Desenvolvimento Econômico. Pasta chefiada por Luís Otávio Gomes, mais
conhecido como LOG, que deixou a pasta devido a possibilidade de concorrer nas
eleições de outubro.
Luís
Otávio é um dos homens fortes do governo tucano. Foi o próprio Soares confessou
ter entrado em contato com LOG que lhe telefonou prestando "solidariedade". É bem verdade que
mesmo com o bom humor da jornalista, ela também usou palavras de baixo calão. Porém
nada disso justifica sua demissão. Seus comentários se deram fora do espaço e
de suas funções do trabalho que exercia. Mas aí prevalece a patota
governamental açucarada.
O
Sindicato dos Jornalistas divulgou nota de repúdio à demissão de Lívia
Vasconcelos.
Diz
o segundo parágrafo da nota que “o Sindicato deixa claro a sua posição em
defesa do debate qualificado, em qualquer que seja a situação, e não corrobora
com a utilização de palavras e expressões de baixo nível. Porém, enquanto
entidade representativa da categoria e defensora intransigente das liberdades
de expressão e de imprensa, não pode concordar que a profissional seja
reprimida ou punida em razão de ter emitido uma opinião totalmente desvinculada
de suas atividades na pasta em que trabalha. Menos ainda, se tal punição traz
em si uma conotação de influência política”.
Parece que onde tem tucano
com a “caneta” na mão, jornalista não tem perdão. Para além da rima, a
realidade é triste e mostra, entre tantas outras provas, que não existe nem
nunca existiu no Brasil imprensa livre.
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