sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O gato por lebre de Campos e Marina


O ano novo mal começou a “nova política” está tão ou mais velha do que nos tentam convencer os adversários de Dilma e não tão adeptos do PSDB. A dupla – nada dinâmica – PSB / Rede, a cada passo que dá se mostra muito “mais do mesmo”.

O governo de Pernambuco, que tem à frente Eduardo Campos (PSB), vai oficializar o PSDB em seu governo. O que será que está por trás disso? Pode ser uma pré-construção de chapa conjunta ou o início da materialização de um acordo para um pouco provável segundo turno nas eleições presidenciais. A ver.

Campos ao se lançar candidato ao Planalto em outubro próximo, trouxe para si o discurso de Marina Silva (Rede) de que a atual política está velha, mas ambos jamais deram passos para construir efetivamente uma nova.


Marina usava esse discurso para legitimar a construção de seu novo (anti) partido e não ingressar em um já existente ou mesmo continuar no Partido Verde (PV). Campos o usou a fim de justificar sua saída da base do governo Dilma. Os dois logo correram em busca de setores conservadores que fazem oposição ao governo petista. Ela colou no Itaú e manteve-se vinculada à Natura. Ele foi disputar espaço com o empresariado tradicionalmente ligado ao tucanato.

Ambos chegaram a afirmar que “o Brasil cansou da dupla PSDB / PT”. Mas ele sempre manteve conversas com Aécio Neves, pré-candidato tucano à presidência. Ela, ao não conseguir oficializar sua Rede, em questão de horas, se filiou ao PSB de Campos. Partido que estava, segundo Marina, no rol de mesmice da política.

Junto com a direita e a imprensa grande, defenderam que a manifestações de junho de 2013 se repitam durante a Copa do Mundo. Na mesma esperança que o desgaste político – que atingiria a todos os governantes em todos os níveis – consiga se abater sob Dilma até a realização do pleito, em outubro. Apostam, como toda a oposição, na bagunça para confundir o julgamento popular sobre o país.

É direito dos dois procurarem garantir suas candidaturas. Fazerem as alianças que acharem necessárias. É do jogo político-institucional. Mas que venderam um gato por lebre gigantesco, venderam.

E como não existe dois reis no mesmo jogo de peças do xadrez, Campos e Marina logo se engalfinharam. Ela diz que a Rede não apoiará Alckmin em São Paulo e conseguiu, pelo menos por um tempo, frear essa aliança. Ela defende candidatura própria no estado mais rico da federação, mas o PSB local quer apoiar a reeleição do governador do “trensalão”.

Também saiu a notícia de que Marina teria aceitado ser vice de Eduardo Campos numa chapa PSB/Rede. Se isso for verdade, ela topa todas articulações de Campos com o PSDB nos estados, mas dá uma de “João sem braço” e quando chegar o momento vai dizer que quem manda na legenda PSB, ao qual a Rede está inserida, é Eduardo. E se não topar, fatalmente lhe restará ser candidata ao Senado no Acre, se assim quiser.

Há quem considere que essa dupla pode desequilibrar a disputa eleitoral de outubro. Do jeito como se comporta a oposição no Brasil – Eduardo Campos e Marina Silva também! – não há muito o que fazer. A não ser se surgisse uma chapa Aécio / Campos ou Aécio / Marina. Mas aí o pernambucano e a acriana, principalmente ela, perderiam o que lhes resta de voto de esquerda. Se é que já não perderam a essa altura do campeonato.

Porém mesmo nessa situação a vida não seria fácil para a oposição. Pois, além de chapa forte, tem que ter o que oferecer aos brasileiros. Aécio quer a volta do “hoje no Brasil todo mundo come frango” e Campos e Marina, o que querem? Nem eles sabem ao certo. A aproximação com os tucanos parece ser apenas o desejo de poder pelo poder. Assim como todos os outros, como diziam (ou dizem ainda) Campos e Marina. Eles são o que negam ser negando que sejam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coloque sua idéia, ponto de vista ou posicionamento. Afinal, toda discussão para contruir ideias é válida. Também pode discordar da opinião expressa no texto, mas sem ofender de qualquer forma que seja.

Caso algum comentário não se enquadre, será deletado. Também peço que assine.

Por isso, os comentários são moderados.

Forte abraço!

Cadu Amaral