segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Jornalismo (?) disse que disse





E as Organizações Globo mantém a prática do jornalismo “disse que disse”. Agora o alvo é o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL–RJ). Em manchete no G1 – portal de notícias da Família Marinho –, a acusação ao psolista é tão ridícula, mas tão ridícula que quem elaborou a chamada nem teve capacidade de fazê-la direito.

Eia a pérola: Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo.

Para completar, no primeiro parágrafo do texto (lide no vocabulário jornalístico), a coisa piora. “O estagiário do advogado que defende Fábio Raposo, que admitiu ter passado o rojão ao homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes, declarou à polícia que recebeu ligações da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, e que esta teria dito que o suspeito que acendeu o rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)”.

Isso valeu a manchete e matéria na televisão, inclusive com direito a repeteco no Bom Dia Brasil. Reparem bem como a falta de provas norteia o jornalismo da imprensa grande: o estagiário do advogado que defende o acusado disse que recebeu ligações de alguém que diz ser ligada ao Freixo.

O que há de concreto nisso? Apenas a capacidade da Globo em manipular informação. E olhe que o PSOL, especialmente do Rio de Janeiro, tem uma relação unha e carne com as empresas da emissora. O colega de partido e deputado federal Chico Alencar que o diga. Ele chega a ficar uma hora e meia no ar na rádio CBN, também das Organizações Globo.

Cabe (re) lembrar que o título e o lide são as principais partes de um texto noticioso. Nesse tipo de escrita vale o princípio da pirâmide invertida. As informações principais vêm no início do texto e seguem em ordem decrescente. E ainda por cima a maioria das pessoas só leem essas duas partes de uma notícia.

Por mais que se tenha divergência com o PSOL e o papel que cumpre, quase que constantemente, de auxiliar da direita ao atacar o PT e seus aliados, não dá para ecoar esse tipo de artifício.

Se existe alguma relação do deputado psolista com o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes, mesmo que indireta, que se apure. Mas não se pode mais aceitar que uma chamada dessa seja feita na base do “disse que disse”.

Um comentário:

Unknown disse...

Retrocesso social só atende ao conservadorismo.
Estas tantas mudanças de pauta acabam a prestar por elas mesmo o esclarecimento de quem é realmente quem, para o conhecimento da história, autentica.
Sonegação de fatos, desespero surreal na tentativa de inocentar um partido, linchamento indiscriminado de outro partido, cenas de exorcistas desequilibrados travestidos de comentas. Explorando e alimentando egos e emoções com vícios recheados com desumanidades.
“Esquerda reacionária”, que acha normal dar a mão pro conservadorismo, que aceita estar junto a direita, querendo ser reconhecida de “direita progressista”, a serviço do conservadorismo e a mercê do chicote impiedoso da mídia.
A vida está assim: As ações vão acontecendo, boa parte da sociedade acompanhando em tempo real, muito antes de ser notícia, ou em condição de comparar a notícias a outras fontes concluir existência de dúvidas e buscar verdades.
Se por um lado atende a ação golpista conservadora, o caminho usado para rechaçar pobrezas e políticas públicas, que obedecem a ordem, justifica a necessidade emergente de uma “Reforma Política”, com objetivo:? Aperfeiçoar a democracia representativa; Fortalecer a democracia direta e a participativa; Democratizar a informação e comunicação; Democratizar com transparência o poder judiciário. Reconhecer mediante a lei o real “poder soberano da população” e incluí-lo na discussão democrática das políticas.