O deputado federal
pelo PMDB do Rio de Janeiro Eduardo Cunha afirmou em seu perfil no
Twitter no último dia cinco de março que era preciso “repensar”
a aliança com o PT. Segundo Cunha, seu partido não está sendo
“respeitado pelo PT”. No mesmo dia, o deputado peemedebista disse
que não falou em romper, mas apenas em “rediscutir” a relação
com os petistas.
Alberto Cantalice, vice-presidente nacional do PT, garantiu que a indisposição com o PMDB não passa de “mera tensão pré-eleitoral”. Tensão pré-eleitoral pode até ser, mas “mera”, não.
O PMDB é o maior
partido em ambas as Casas do Congresso Nacional. E como tal sempre
foi tratado. A falta de respeito que tanto reclama Eduardo Cunha não
passa de “fome”. Seu partido está À frente de seis ministérios
e tem o vice-presidente da República. Além de presidir as duas
Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado). Ou seja, o PMDB
controla o parlamento nacional.
Isso sem contar os
inúmeros pedidos de seus parlamentares em ministérios e agências
estatais. Prática ruim, na base de uma relação viciada – o que
não quer dizer que seja ilegal –, mas feita em todas as esferas de
Estado: governos estaduais e municípios.
Mas o maior “prato”
para matar a “fome” dos parlamentares é a tal da emenda
parlamentar. Sempre que o Executivo apresenta sua proposta de
Orçamento para o próximo ano, parlamentares, de todos os partidos,
logo emendam a peça para contemplar obrar a e ações de seus
interesses, próximas às suas bases eleitorais. Vide a criação do
“bloco dos descontentes” que Cunha participa.
Por mais que
considere a emenda parlamentar um engodo, pois transforma o
parlamentar em um mini-executivo, ela não é ilegal. Sim, o
parlamentar passar a dedicar mais atenção às emendas para garantir
obras e ações de outros tipos em suas bases eleitorais do que
formular leis e debater as questões nacionais (no caso do Congresso
Nacional).
E como a cultura
política no Brasil é personalista e focada no Executivo, se tornar
um “quase – executivo” rende mais votos nas próximas eleições.
É a lógica da coisa que está viciada. A função básica do
parlamentar tornou-se, ao longo dos anos, secundária.
A maioria das
pessoas tem certeza que o Presidente da República, Governador ou
Prefeito pode fazer tudo sozinho sem o parlamento. Por isso refletem
mais na hora de votar para esses espaços. Já para eleger
parlamentares a postura muda. Se vota por amizade ou por favor. Seja
porque o deputado construiu uma cisterna na sua rua ou uma quadra
poliesportiva, luz em postes... qualquer coisa vale. E isso vem das
emendas parlamentares. Não há a preocupação em saber que tipo de
sociedade o parlamentar quer construir ou o que seu partido pensa
sobre isso ou aquilo. Vale, em esmagadora maioria, a condição de
mini-executivo.
E agora com esse
debate de Orçamento Impositivo, já aprovado no Congresso Nacional,
é que o pouco debate sobre o país e temas relevantes sobre nossa
organização social serão escamoteados de vez.
E quem optar por
fazer da função básica do Parlamento sua principal atividade no
exercício de seu mandato, estará fadado a ser cobrado pelas emendas
que “não chegaram” em sua cidade. E como votamos em pessoas e
não em partidos para eleger nossos parlamentares, dependendo da base
eleitoral que tem esse parlamentar, a perda de seus votos será
enorme.
Daí vem a vontade
de rediscutir relação que Cunha expôs no Twitter. Não passa de
“fome” por emendas e espaços ministeriais. “Fome” aliás que
o PMDB tem de sobra. Tanto que sempre foi governo depois da
redemocratização. E para piorar o soneto, não se consegue governar
sem ele. Pelo menos não hoje. Pois, repetindo, é o PMDB o maior
partido do Congresso Nacional.
E sem uma reforma
que ajude a resolver os vícios existentes em nossa prática
política, o PMDB continuará a ser o maior partido do Legislativo
por muito tempo. Se tem mais parlamentares, tem mais prefeitos que
por sua vez, garantem a eleição de esses parlamentares. É uma roda
gigantes que não para de girar. E nessa toada, o PMDB recebe mais
recursos financeiros para suas campanhas. E não é preciso entrar
nos detalhes do porque disso, não é?
Mas Eduardo Cunha
tem razão. É preciso rediscutir a aliança com o PMDB. Essa aliança
precisa ser mais programática e menos pragmática. Ele (PMDB) é
hoje o maior “fogo amigo” que tem o governo federal. Elencar aqui
os fatos que comprovam essa afirmação tornará o texto mais logo do
que já está, mas vá à internet e pesquise “PMDB vota contra o governo”. Arrume uma boa xícara de café (ou suco, água, ou o que
quer que você goste) e leia à vontade a materialização do “fogo
amigo” peemedebista.
Um comentário:
O MAIOR PREBLEMA DO PMDB, é que sendo o maior partido nas duas casas nunca nos ultimos anos nao apoia o PT e o governo em praticamente nada, Apoia os ruralistas, se junta com PSDB/DEMO;. vide o caso da Bahia e Pernambuco e em outros estados. O PMDB esta cheio de politicos mal carater, Depois de Ulisses o PMDB virou um covil de bandoleiros, nunca estao disposto a apoiar o governo. TEM MAIS. O PMDB QUER DE QUALQUER JEITO ELEGER SEUS GOVERNADORES NAO IMPORTA SE O PT TAMBEM O QUER É O CASO DO RJ ONDE LINDBERG FARIAS TEM MAIS CHANCE DO QUE O CANDIDATO DE CABRAL JA QUE CABRAL TEVE UM DESGASTE INTENSO COM AS MANIFESTAÇOES. EMBORA EU PESSOALMENTE VEJO TUDO COMO UMA MANOBRA PARA DESTRUIR A IMAGEM DE CABRAL FIZERAM DAS SUAS IDAS PARA DESCANSO COMO SE ELE =TIVESSE LEVANDO A CACHORRINHA PARA PASSSEAR. QUANDO NAO FOI ISSO o que ocorreu e ocorre com qualquer pessoal é que quando vai para casa de campo se tem um animal de estimaçao leva consigo. muito natural. mais ele nao usou o helicoptero para a cachorrinha passear. mais com isso ele ficou prejudicado. MAIS CABRAL DEU UM jeito no RJ que ja precisava a muito tempo.Todo mundo sabe que sozinho ele nao conseguiria. mais com a ajuda de LULA, governo federal, foi possivel sim.
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