sexta-feira, 14 de março de 2014

"Sou contra o Marco Civil. Viva a liberdade das teles!"



O debate sobre a liberdade na internet tem ganhado mais força nos últimos dias. Isso por que o projeto de lei do Marco Civil (PL 2126/11) está em vias de ser votado. O que está em jogo é o seu direito de ter acesso à rede mundial de computadores por completo e não de acordo com os pacotes das empresas de telecomunicações.

Simples assim. O resto é conversa fiada!

O pior é que como a desinformação corre solta nas redes sociais, tem um monte de gente repetindo besteira ou quando não, é sua posição ideológica mesmo. Explico: não é raro você ler mensagens como “o governo quer censurar a internet” ou mesmo “a internet só será livre se o governo não intervier em nada”.

Ora, se não haver regulamentação, as empresas de telecomunicações, as chamadas teles, vão cercear o acesso à internet. Como? Impondo pacotes em que você pagará por cada tipo de uso à rede que quiser usar.

Hoje você paga por uma velocidade de conexão (que convenhamos, as teles não cumprem) e pode acessar o que quiser: vídeos, redes sociais, emails. Enfim, tudo. Se a neutralidade de rede acabar, você terá que pagar uma quantia X para acessar emails; outra quantia Y para acessar as redes socais; uma valor Z para ver vídeos ou ouvir músicas, e por aí vai.

Onde está a liberdade nisso? Fora a liberdade das empresas de telecomunicação de decidir – ou impor – como você vai acessar sua internet. Parece piada, mas tem gente que acha que o correto é deixar as teles no comando.

E a propaganda desse discurso é o mesmo usado sobre a regulamentação dos meios de comunicação. Já perceberam? “É um ataque à liberdade!”. Liberdade de quem, cara pálida?! Das pessoas em terem o direito de acessar a internet livremente ou das teles em impor seus pacotes onde o acesso será divido pelo recheio dos bolsos e contas bancárias?

E logo a internet que tem um caráter tão liberal, que valoriza o individuo. Afinal, as pessoas estão sozinhas na frente de um computador. O contato coletivo é virtual. É cada um na sua, num mesmo espaço. Sem contato direto.

Aos enganados, abram o olho. Os outros são ideologicamente conservadores e defensores da liberdade e dos direitos das grandes empresas sobre a vida das pessoas. E ponto final. A esses apenas o desalento.

É disso que se trata. É isso que defende quem é contra o Marco Civil da internet e a neutralidade de rede. Vale a liberdade do capital e não do ser humano. É ridículo, mas é verdade.




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